No encontro "E agora, Brasil?", promovido pelo GLOBO, Dias afirma que é preciso ter uma estrutura à parte dedicada ao combate à violência
Porto Velho, RO - O senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) defendeu nesta terça-feira a separação dos ministérios da Justiça e Segurança Pública. No encontro "E agora, Brasil?", promovido pelo GLOBO, Dias afirmou que é preciso ter uma estrutura à parte dedicada ao combate à violência e ao desenvolvimento de estratégias para combater o crime. A opinião contraria o entendimento do aliado Flávio Dino (PSB), apontado como favorito para liderar a área em uma pasta unificada.
— Não é razoável que se jogue nas costas dos estados a responsabilidade de um tema que é impossível de se resolver só pelos estados. A pessoa que comanda o primeiro comando da capital no Piauí, por exemplo, está presa em Campinas, em São Paulo, para se ter uma ideia. Isso é uma realidade no país. Defendo, e o Fórum dos Governadores também defende, que tenhamos uma área para cuidar com total prioridade do tema da segurança. Eu entendo que sim (é preciso de um ministério à parte) — defendeu Dias.
Ele lembrou que quando era governador do Piauí levou o pleito, com o apoio de Rui Costa, ex-governador da Bahia, ao então presidente Michel Temer.
— Eu e governador Rui somos cúmplices. No consórcio Nordeste, e depois no Fórum dos Governadores, abrimos esse debate há muitos anos. E ali estávamos discutindo com a presidente Dilma. Houve o golpe, ela foi afastada, e assumiu o presidente Temer. E a gente pediu uma agenda com o governo e conseguimos, pela primeira vez no Brasil, ter o Ministério da Segurança.
Raul Jungmann foi o primeiro ministro da Segurança. Se você pergunta a qualquer brasileiro quais são os principais problemas. Se pedir para citar três, não sei qual a ordem que vai dar, mas certamente a segurança será um deles. É gravíssima a questão da segurança. Com desvio de foco em tantas coisas, não estamos olhando para a segurança — reforçou Dias.
O senador eleito também defendeu a revisão de dados sobre os homicídios no país. Segundo ele, há uma subnotificação dos casos.
— Você vai ver o escândalo que vai ser na hora que padronizar de novo a regra do que é um homicídio. Vai ser um escândalo, porque hoje o número de homicídios é próximo do número de casos não resolvidos. Ou seja, encontrou um veículo incendiado e tinha lá um cadáver. Não se sabe se foi homicídio, fica com caso não resolvido. Não vem para a contabilidade. Então não teve queda coisa nenhuma de homicídio neste país. Basta ver o que acontece no país inteiro. E cresceu (o número de homicídios). Hoje não deve ter um município que não tenha facção de traficantes.
Fonte: O GLOBO
O senador eleito também defendeu a revisão de dados sobre os homicídios no país. Segundo ele, há uma subnotificação dos casos.
— Você vai ver o escândalo que vai ser na hora que padronizar de novo a regra do que é um homicídio. Vai ser um escândalo, porque hoje o número de homicídios é próximo do número de casos não resolvidos. Ou seja, encontrou um veículo incendiado e tinha lá um cadáver. Não se sabe se foi homicídio, fica com caso não resolvido. Não vem para a contabilidade. Então não teve queda coisa nenhuma de homicídio neste país. Basta ver o que acontece no país inteiro. E cresceu (o número de homicídios). Hoje não deve ter um município que não tenha facção de traficantes.
Fonte: O GLOBO
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