Ministra do Meio Ambiente esteve com a jovem ativista durante Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Porto Velho, RO - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se encontrou com a jovem ativista Greta Thunberg na tarde desta quinta-feira às margens do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Após o encontro, a política brasileira afirmou que a crise climática põe em jogo o futuro da juventude e que haverá uma guinada da política ambiental brasileira após os quatro anos de Jair Bolsonaro no poder.
O encontro com a sueca de 20 anos, que na terça-feira foi brevemente detida na Alemanha durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão a céu aberto, foi "carregado de significados", disse a ministra em declarações à imprensa. Além de Greta, participaram também outros jovens ativistas, que foram elogiados pela política da Rede:
— Era um grupo de mulheres jovens muito determinadas e comprometidas e que está criando um impacto positiva no combate ao desmatamento e ao equilíbrio do planeta — afirmou Marina, completando que a reunião fez com que se lembrasse da época em que começou a luta ambiental aos 17 anos, ao lado de Chico Mendes.
O encontro com a sueca de 20 anos, que na terça-feira foi brevemente detida na Alemanha durante um protesto contra a expansão de uma mina de carvão a céu aberto, foi "carregado de significados", disse a ministra em declarações à imprensa. Além de Greta, participaram também outros jovens ativistas, que foram elogiados pela política da Rede:
— Era um grupo de mulheres jovens muito determinadas e comprometidas e que está criando um impacto positiva no combate ao desmatamento e ao equilíbrio do planeta — afirmou Marina, completando que a reunião fez com que se lembrasse da época em que começou a luta ambiental aos 17 anos, ao lado de Chico Mendes.
— É muito bom ver que tem uma nova geração de ativistas. Só que diferentemente do combate que fazíamos isolados nas florestas com os nossos corpos, eles têm tecnologia para fazer esses embates globais.
Para Marina, é muito importante esse movimento de cobrança desse grupo às autoridades e das empresas, “inclusive de mim mesma porque hoje estou num lugar do Estado, do governo". A ministra recebeu o convite para a reunião pouco antes de sair de Davos para voltar para o Brasil no fim da tarde desta quinta.
Os ativistas, por sua vez, formalizaram para a ministra o pedido de proteção aos povos indígenas e combate ao garimpo ilegal, além da redução de CO2 e do desmatamento — só a Amazônia perdeu 10.573 km² de floresta no ano passado, o equivalente a 3 mil campos de futebol por dia. Foi a maior destruição registrada nos 15 anos de levantamento por satélite feito pelo instituto Imazon. A região devastada durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro esteve no poder foi 150% maior do que a devastada nos quatro anos anteriores.
— Temos de nos sentir eticamente constrangidos porque o que está em jogo é o futuro da juventude, com uma parte vivendo uma depressão de futuro — disse Marina.
Greta abordou com Marina Silva o tema dos combustíveis fósseis. Hoje, cerca de 50% da matriz energética brasileira é renovável — bem mais que os 11,2% da energia gerada no mundo, mas ainda assim distante do ideal. Quando leva-se em conta apenas a eletricidade, contudo, o Brasil é um exemplo: a geração renovável chegou a 84% em 2020, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável.
— O Brasil tem de ir para o lugar da solução, não do problema. Todos estão sendo cobrados pelo desequilíbrio do planeta — disse Marina, ressaltando o potencial brasileiro para a produção e exportação de hidrogênio verde.
O grupo fez ainda uma apresentação ampla das questões ambientais que estão em jogo, abordando o tema das petroleiras e produtoras de carvão, disse Marina Silva. A ministra lembrou que o assunto será um dos temas da COP28, a conferência climática da ONU que neste ano ocorrerá entre novembro e dezembro em Dubai, e que será novamente pautado caso o Brasil de fato sedie a COP30, como almeja o governo.
Na quarta, o Itamaraty formalizou pedido para que Belém seja a sede da conferência, após Lula anunciar durante sua participação na COP27, que aconteceu em novembro na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, que desejava realizá-la na região amazônica. A capital do Pará, estado governado por Helder Barbalho (MDB), um aliado do petista, derrotou Manaus.
A ministra também teve três encontros com John Kerry, o enviado climático da Casa Branca – o último encontro foi mais cedo nesta quinta. Segundo Marina, o czar do clima de Joe Biden deve vir ao Brasil em fevereiro, mesmo mês em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai a Washington.
Marina Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram os principais representantes do governo brasileiro no evento que termina na sexta e tem a presença de autoridades e investidores internacionais. Ela usou a palavra "compromisso" e a promessa de "liderar pelo exemplo" para definir sua passagem pela cidade suíça.
Em eventos durante a semana, ela disse que a mudança de governo e o compromisso de Lula com a pauta ambiental já faz o país atrair novamente o interesse de investimentos estrangeiros, sobretudo ligados à filantropia, para preservar a Amazônia.
Para Marina, é muito importante esse movimento de cobrança desse grupo às autoridades e das empresas, “inclusive de mim mesma porque hoje estou num lugar do Estado, do governo". A ministra recebeu o convite para a reunião pouco antes de sair de Davos para voltar para o Brasil no fim da tarde desta quinta.
Os ativistas, por sua vez, formalizaram para a ministra o pedido de proteção aos povos indígenas e combate ao garimpo ilegal, além da redução de CO2 e do desmatamento — só a Amazônia perdeu 10.573 km² de floresta no ano passado, o equivalente a 3 mil campos de futebol por dia. Foi a maior destruição registrada nos 15 anos de levantamento por satélite feito pelo instituto Imazon. A região devastada durante os quatro anos em que Jair Bolsonaro esteve no poder foi 150% maior do que a devastada nos quatro anos anteriores.
— Temos de nos sentir eticamente constrangidos porque o que está em jogo é o futuro da juventude, com uma parte vivendo uma depressão de futuro — disse Marina.
Greta abordou com Marina Silva o tema dos combustíveis fósseis. Hoje, cerca de 50% da matriz energética brasileira é renovável — bem mais que os 11,2% da energia gerada no mundo, mas ainda assim distante do ideal. Quando leva-se em conta apenas a eletricidade, contudo, o Brasil é um exemplo: a geração renovável chegou a 84% em 2020, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável.
— O Brasil tem de ir para o lugar da solução, não do problema. Todos estão sendo cobrados pelo desequilíbrio do planeta — disse Marina, ressaltando o potencial brasileiro para a produção e exportação de hidrogênio verde.
O grupo fez ainda uma apresentação ampla das questões ambientais que estão em jogo, abordando o tema das petroleiras e produtoras de carvão, disse Marina Silva. A ministra lembrou que o assunto será um dos temas da COP28, a conferência climática da ONU que neste ano ocorrerá entre novembro e dezembro em Dubai, e que será novamente pautado caso o Brasil de fato sedie a COP30, como almeja o governo.
Na quarta, o Itamaraty formalizou pedido para que Belém seja a sede da conferência, após Lula anunciar durante sua participação na COP27, que aconteceu em novembro na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, que desejava realizá-la na região amazônica. A capital do Pará, estado governado por Helder Barbalho (MDB), um aliado do petista, derrotou Manaus.
A ministra também teve três encontros com John Kerry, o enviado climático da Casa Branca – o último encontro foi mais cedo nesta quinta. Segundo Marina, o czar do clima de Joe Biden deve vir ao Brasil em fevereiro, mesmo mês em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai a Washington.
Marina Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram os principais representantes do governo brasileiro no evento que termina na sexta e tem a presença de autoridades e investidores internacionais. Ela usou a palavra "compromisso" e a promessa de "liderar pelo exemplo" para definir sua passagem pela cidade suíça.
Em eventos durante a semana, ela disse que a mudança de governo e o compromisso de Lula com a pauta ambiental já faz o país atrair novamente o interesse de investimentos estrangeiros, sobretudo ligados à filantropia, para preservar a Amazônia.
De acordo com a ministra, o Fundo Amazônia deverá receber aportes da fundação Earth Alliance, presidida pelo ator Leonardo diCaprio, e do Bezos Earth Fund, criado por Jeff Bezos, dono da gigante varejista Amazon.
Reestabelecida por Lula em um decreto no dia 2, a iniciativa estava paralisada desde 2019, quando os comitês que a geriam foram extintos sob a supervisão do então manda-chuva do MMA, Ricardo Salles. Na época, a Noruega, responsável por 93,8% do fundo — entre 2008 e 2018, doou US$ 1,2 bilhão — congelou seus repasses. A Alemanha, segunda maior doadora, com 5,7% do total, seguiu o mesmo caminho. O terceiro contribuinte, com 0,5% era a Petrobras.
Os dois países anunciaram que retomariam suas contribuições logo após a posse de Lula. Os comitês ressuscitados pelo petista terão a participação de representantes de dez ministérios e dos governos de estados da Amazônia Legal que possuam plano estadual de prevenção e combate ao desmatamento.
O comitê orientador do fundo também contará com a participação de seis entidades da sociedade civil, entre elas a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Fonte: O GLOBO
Reestabelecida por Lula em um decreto no dia 2, a iniciativa estava paralisada desde 2019, quando os comitês que a geriam foram extintos sob a supervisão do então manda-chuva do MMA, Ricardo Salles. Na época, a Noruega, responsável por 93,8% do fundo — entre 2008 e 2018, doou US$ 1,2 bilhão — congelou seus repasses. A Alemanha, segunda maior doadora, com 5,7% do total, seguiu o mesmo caminho. O terceiro contribuinte, com 0,5% era a Petrobras.
Os dois países anunciaram que retomariam suas contribuições logo após a posse de Lula. Os comitês ressuscitados pelo petista terão a participação de representantes de dez ministérios e dos governos de estados da Amazônia Legal que possuam plano estadual de prevenção e combate ao desmatamento.
O comitê orientador do fundo também contará com a participação de seis entidades da sociedade civil, entre elas a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Fonte: O GLOBO
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