Linha de crédito foi aberta durante o governo Jair Bolsonaro, para quem recebia o Auxílio Brasil
A Caixa Econômica Federal informou que decidiu encerrar de forma definitiva a oferta de crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil, programa que voltará a se chamar Bolsa Família. Em nota divulgada nesta quinta-feira, o banco informou que decidiu "retirar o produto de seu portfólio" depois da conclusão de estudos da sua área técnica.
O empréstimo estava suspenso no banco desde 12 de janeiro, após o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) anunciar que faria um pente fino no Cadastro Único (CadÚnico), devido a inscrições irregulares.
Os estudos técnicos da Caixa sobre a linha foram realizados a partir da edição de uma portaria do MDS no início deste mês, que fixou teto de juros na modalidades de 2,5% e reduziu de 40% para 5% o limite do desconto do consignado no valor do benefício. O banco concluiu que manter o produto não seria viável.
A Caixa passou a operar o consignado às vésperas das eleições presidenciais em segundo turno com taxa de 3,5% ao mês e desconto de até 40% no valor do benefício.
Em apenas 11 dias (entre 10 e 21 de outubro), a Caixa emprestou R$ 4,291 bilhões em crédito consignado para 1,681 milhão de beneficiários do programa de transferência de renda superando todas as expectativas do banco.
Do total de R$ 8 bilhões concedidos aos beneficiários do programa de transferência de renda, só a Caixa respondeu por R$ 7,6 bilhões de empréstimos. Quase três milhões de famílias pessoas tomaram crédito no valor médio de R$ 2.560.
A alta demanda fez com que a Caixa passasse a restringir outras linhas de crédito para evitar problemas de liquidez no fim de ano.
Considerado polêmico, o consignado foi uma jogada política do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estava mal nas pesquisas de intenção de votos na campanha presidencial.
A modalidade foi criada em lei e continua aberta para outros bancos. Para ser extinta, é preciso de um ato do governo.
Fonte: O GLOBO
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