Cinquenta dias após a posse, mobilização virtual em torno do presidente é mais de duas vezes menor do que no período eleitoral
Porto Velho, RO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa 50 dias de governo com o desafio de recuperar a mobilização digital vista na campanha, agora em torno de sua gestão.
Um levantamento feito pela consultoria Bites, a pedido do GLOBO, aponta que as contas oficiais do presidente registraram pico de engajamento no dia da posse, em 1º de janeiro. O indicador voltou a subir com os ataques golpistas de 8 de janeiro e se manteve em patamares mais baixos a partir de então.
Desde o início do governo, Lula fez cerca de 62 postagens por dia, se considerados Facebook, Twitter e Instagram. No período, o presidente alcançou, em média, 29,5 mil curtidas, comentários e compartilhamentos por publicação. Durante a campanha, entre 16 de agosto e 30 de outubro, esse número era mais de duas vezes maior, e chegou a 72,7 mil.
No período eleitoral, a equipe de Lula contou com reforços como o deputado federal André Janones (Avante-MG), peça-chave nas redes sociais entre os aliados do petista. O parlamentar sugeriu uma série de ações para impulsionar as publicações. As orientações contemplaram desde ações centralizadas a dicas de publicar ou postagens de conteúdos de acordo com o número de seguidores de cada perfil.
A título de comparação, a média atingida por Bolsonaro, além de maior, manteve-se praticamente a mesma da campanha: passou de 240,2 mil interações para 235,9 mil interações por postagem.
Estratégia interrompida
Para o fundador da Bites, Manoel Fernandes, Lula conseguiu criar uma frente ampla digital durante a campanha eleitoral do ano passado, mas a comunicação no atual governo não prosseguiu com essa estratégia.
— Os apoios de campanha já não são utilizados agora. Falta ao governo uma estratégia mais clara e estruturada de comunicação no ambiente digital, criar uma grande aliança nacional em torno da sua agenda de governo — analisa Fernandes.
Desde o início do governo, Lula fez cerca de 62 postagens por dia, se considerados Facebook, Twitter e Instagram. No período, o presidente alcançou, em média, 29,5 mil curtidas, comentários e compartilhamentos por publicação. Durante a campanha, entre 16 de agosto e 30 de outubro, esse número era mais de duas vezes maior, e chegou a 72,7 mil.
No período eleitoral, a equipe de Lula contou com reforços como o deputado federal André Janones (Avante-MG), peça-chave nas redes sociais entre os aliados do petista. O parlamentar sugeriu uma série de ações para impulsionar as publicações. As orientações contemplaram desde ações centralizadas a dicas de publicar ou postagens de conteúdos de acordo com o número de seguidores de cada perfil.
A título de comparação, a média atingida por Bolsonaro, além de maior, manteve-se praticamente a mesma da campanha: passou de 240,2 mil interações para 235,9 mil interações por postagem.
Estratégia interrompida
Para o fundador da Bites, Manoel Fernandes, Lula conseguiu criar uma frente ampla digital durante a campanha eleitoral do ano passado, mas a comunicação no atual governo não prosseguiu com essa estratégia.
— Os apoios de campanha já não são utilizados agora. Falta ao governo uma estratégia mais clara e estruturada de comunicação no ambiente digital, criar uma grande aliança nacional em torno da sua agenda de governo — analisa Fernandes.
— Ele não pode ficar esperando a próxima campanha para recuperar esse ativo. Há influenciadores e agentes digitais que podem ajudar muito nessa estratégia, mas é preciso ouvir a opinião pública digital e tomar decisões baseadas em dados.
No âmbito do governo, uma pasta-chave nessa tarefa é a de Análise, Estratégia e Articulação, vinculada à Secretaria de Comunicação Social (Secom).
No âmbito do governo, uma pasta-chave nessa tarefa é a de Análise, Estratégia e Articulação, vinculada à Secretaria de Comunicação Social (Secom).
O professor de Ciência Política João Feres, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi escolhido para o cargo na segunda semana de fevereiro. A estrutura terá, entre outras atribuições, o papel de planejar e implementar métodos de monitoramento de redes sobre perfis, temas e políticas do Executivo federal, além de orientar, por meio de pesquisas, a atuação do governo nas redes.
A postagem da cerimônia da posse de Lula — incluindo o momento da transmissão da faixa presidencial por representantes da população brasileira — foi a que rendeu o maior engajamento nas redes sociais: foram 16.079.659 interações em um dia.
A postagem da cerimônia da posse de Lula — incluindo o momento da transmissão da faixa presidencial por representantes da população brasileira — foi a que rendeu o maior engajamento nas redes sociais: foram 16.079.659 interações em um dia.
Além dessa publicação, uma semana depois, a reação do presidente aos atos golpistas tiveram, em apenas um dia, 7.579.994 de interações. Na ocasião, o petista falou sobre a intervenção federal na Segurança do Distrito Federal.
Cinco dias depois, foi a vez de a mobilização de apoiadores ocorrer em torno do encontro de Lula com profissionais que chegaram ao Palácio do Planalto com a missão de consertar o estrago feito pelos golpistas: trabalhadores responsáveis pela manutenção e limpeza do Palácio do Planalto.
Cinco dias depois, foi a vez de a mobilização de apoiadores ocorrer em torno do encontro de Lula com profissionais que chegaram ao Palácio do Planalto com a missão de consertar o estrago feito pelos golpistas: trabalhadores responsáveis pela manutenção e limpeza do Palácio do Planalto.
Na publicação, Lula destacou que a instalação era patrimônio do povo brasileiro e agradeceu: “Obrigado, de coração”. Em um dia, foram 3.291.605 interações.
Outros destaques nas contas oficias de Lula foram a crise humanitária ianomâmi, no fim do mês passado, e a mais recente viagem do petista aos Estados Unidos para um encontro com o presidente americano, Joe Biden. O pico de interações diárias da postagem sobre o episódio envolvendo a terra indígena chegou a 2.570.797.
Outros destaques nas contas oficias de Lula foram a crise humanitária ianomâmi, no fim do mês passado, e a mais recente viagem do petista aos Estados Unidos para um encontro com o presidente americano, Joe Biden. O pico de interações diárias da postagem sobre o episódio envolvendo a terra indígena chegou a 2.570.797.
Já a publicação sobre a ida do petista à Casa Branca somou, em um dia, 3.007.814 interações. O destaque na publicação foi para a foto na qual os dois chefes de Estado aparecem ao lado da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva.
Fonte: O GLOBO
Fonte: O GLOBO
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