Planalto negociará com aliados postos de autarquias como Dnit e Incra; PT espera ser recompensado com vagas regionais na Codesvasf e no Dnocs por ter aceitado abrir mão das primeiras vice-presidências de Câmara e Senado
Após definir que os comandos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) continuam sob o domínio do Centrão, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva pretende iniciar, depois do carnaval, as distribuições dos postos federais nos estados.
Auxiliares de Lula querem contemplar parlamentares da base em órgãos como Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Departamento de Patrimônio da União (DPU), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo integrantes do governo, era preciso esperar a organização das bancadas após a posse no Congresso, em 1º de fevereiro, para que os pleitos fossem ordenados, já que essas autarquias contam com estruturas estaduais.
Segundo integrantes do governo, era preciso esperar a organização das bancadas após a posse no Congresso, em 1º de fevereiro, para que os pleitos fossem ordenados, já que essas autarquias contam com estruturas estaduais.
Também haverá distribuição de postos secundários nas coordenadorias regionais da Codevasf e do Dnocs. Sobretudo para estes, o PT, partido do presidente, exige compensações por ter aceitado abrir mão das primeiras vice-presidências da Câmara e do Senado nas eleições das mesas das duas Casas, no começo do mês. Mas outras siglas do Centrão também estão na disputa.
Embora essas autarquias com braços estaduais e regionais estejam ligadas ministérios, muitos deles comandados por partidos aliados, a diretriz definida por Lula é que as legendas não controlam todos os cargos que estão sob o guarda-chuva de suas pastas — ou seja, os ministérios não foram entregues de “porteira fechada”.
A ideia do governo é contemplar parlamentares que não têm capital político para fazer indicações para as vagas mais disputadas, como chefias nacionais dos órgãos e no primeiro escalão. Todas as indicações são negociadas diretamente com o Ministério das Relações Institucionais, comandado por Alexandre Padilha.
Embora essas autarquias com braços estaduais e regionais estejam ligadas ministérios, muitos deles comandados por partidos aliados, a diretriz definida por Lula é que as legendas não controlam todos os cargos que estão sob o guarda-chuva de suas pastas — ou seja, os ministérios não foram entregues de “porteira fechada”.
A ideia do governo é contemplar parlamentares que não têm capital político para fazer indicações para as vagas mais disputadas, como chefias nacionais dos órgãos e no primeiro escalão. Todas as indicações são negociadas diretamente com o Ministério das Relações Institucionais, comandado por Alexandre Padilha.
Após o aval da pasta, os nomes são encaminhados para a Casa Civil, que faz um pente-fino para verificar se há restrições legais para a nomeação. Podem ser barrados pelo ministério de Rui Costa aqueles que respondem ações na Justiça ou têm ficha-suja, por exemplo.
“Bolsonaristas” na mira
Uma das preocupações centrais das trocas de cargo será desalojar nomes atrelados ao bolsonarismo, muitos deles “anônimos”. Na reunião de líderes partidários da base do governo na Câmara na semana passada, deputados se queixaram da presença de nomeados pela gestão anterior em postos federais em estados como Maranhão, Bahia e Ceará.
O governo Lula avalia hoje ter uma base de cerca de 270 deputados e de 53 senadores. Todos esses parlamentares, em tese, estão aptos a indicar cargos na estrutura do governo federal, seja no plano nacional ou nas esferas estaduais.
Há no governo, porém, quem defenda que as nomeações sejam feitas a conta-gotas e nas vésperas de votações importantes. O entendimento de um assessor direto de Lula é que os parlamentares nunca estão satisfeitos e sempre que veem um pleito atendido apresentam outro.
Fonte: O GLOBO
“Bolsonaristas” na mira
Uma das preocupações centrais das trocas de cargo será desalojar nomes atrelados ao bolsonarismo, muitos deles “anônimos”. Na reunião de líderes partidários da base do governo na Câmara na semana passada, deputados se queixaram da presença de nomeados pela gestão anterior em postos federais em estados como Maranhão, Bahia e Ceará.
O governo Lula avalia hoje ter uma base de cerca de 270 deputados e de 53 senadores. Todos esses parlamentares, em tese, estão aptos a indicar cargos na estrutura do governo federal, seja no plano nacional ou nas esferas estaduais.
Há no governo, porém, quem defenda que as nomeações sejam feitas a conta-gotas e nas vésperas de votações importantes. O entendimento de um assessor direto de Lula é que os parlamentares nunca estão satisfeitos e sempre que veem um pleito atendido apresentam outro.
Fonte: O GLOBO
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