País suspendeu exportações para a China por conta da descoberta de doença em animal
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quinta-feira que o resultado sobre qual tipo se trata a doença da vaca louca detectada em um animal no interior do Pará ficará pronto na próxima semana. O governo acredita que se trata de um caso atípico, ou seja, que não representa risco de contaminação para o rebanho e nem para os seres humanos.
O governo brasileiro ainda não conseguir vencer os entraves burocráticos para fazer com que o material chegue no laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal, em Alberta, no Canadá. O Brasil suspendeu as exportações de carne para a China por conta da confirmação do caso.
— Vamos nos esforçar para que em meados da semana que vem a gente já tenha o resultado para que possamos dar sequência nas informações complementares. Estamos num processo para que as amostras entrem no Canadá, entre sábado e domingo e, em dois ou três dias, com bastante diplomacia e acompanhamento, a gente conseguir fazer a análise — disse o ministro.
Segundo ele, os sintomas indicam que se trata de uma caso atípico, desenvolvido espontaneamente e sem risco de contaminação para o rebanho e humanos. Para confirmar isso, é preciso aguardar o análise pelo laboratório do Canadá.
— A tendência de ser um caso atípico é muito grande, que acontece a partir de degeneração de células neurológicas — disse o ministro.
Ele destacou que o mercado e os países compradores pediram informações detalhadas sobre o caso identificado no Pará:
— O mercado quer saber, os governos querem saber em que situação era criado esse animal, se era de confinamento, se era criado a pasto. Adianto que era criado no pasto, não consumia ração. Não houve nenhum abate dos animais desse rebanho, portanto a carne da propriedade não está no mercado.
Os casos em que há contaminação na doença da vaca louca ocorrem com o alimento com ração infectada, feita com ossos do boi.
O ministro disse que todas as informações foram repassadas ao governo chinês, que consome 61% das exportações de carne bovina do Brasil. O ministro disse ainda que há risco de outros países embargarem os embarque do produto, mas que as autoridades vão agir com rapidez para evitar maior prejuízo ao comércio exterior.
No caso da China, as exportações foram suspensas pelo governo brasileiro devido a um protocolo assinado em 2015.
— A palavra de ordem é transparência total, é um pedido do presidente Luiz Inácio Lula Silva. Dar agilidade e transparência e seguir os protocolos porque credibilidade é o segredo das boas relações comerciais — disse o ministro.
Ele destacou que o governo brasileiro tomará todas as providências para evitar repetir o que houve em 2021, quando os embarques do produto para a China ficaram suspensos por quatro meses.
Fonte: O GLOBO
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