Movimento republicano e crises associadas à monarquia então entre motivos que fizeram cantores, grupos e bandas optarem por não participarem do evento
A expectativa da monarquia britânica é que centenas de milhões de espectadores pelo mundo estejam atentos a suas telas no próximo dia 6, quando o rei Charles III será coroado, dando oficialmente início à nova era carlotista.
Depois da cerimônia na Abadia de Westminster, os jardins do Castelo de Windsor servirão de palco para artistas como Katy Perry, Andrea Bocelli, Lionel Richie e o grupo Take That. O que chama atenção, contudo, são as ausências no line-up.
Nos últimos meses, multiplicaram-se notícias sobre cantores, bandas e grupos que recusaram convites para participarem da coroação. No seu auge em 1997, as Spice Girls foram capa de tabloides pelo planeta após a ruiva Geri Halliwell descumprir os protocolos reais ao não apenas apertar a mão de Charles, mas beijá-lo na bochecha. Rechaçaram, contudo, participar da coroação.
A última vez que as cinco integrantes do grupo se apresentaram juntas foi há dez anos, na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres. Desde então, esbarram principalmente na resistência de Victoria Beckham, que abandonou a música e construiu uma bem-sucedida grife de luxo. Sua ausência não impediu reencontros ao longo dos anos, mas desta vez suas colegas também parecem ter concordado ao dizer não a Charles III.
Scary, Baby, Ginger, Posh e Sporty não estão sozinhas: artistas como Adele, Harry Styles, Robbie Williams e Elton John também rechaçaram convites para participar do evento. Quase todos eles não deram motivos públicos — exceto a equipe de John, que confirmou à revista Rolling Stone que o astro foi convidado, mas não conseguiu conciliar sua agenda.
Elton John era próximo da princesa Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997, e foi uma das pessoas que mais a apoiou após o divórcio de Charles, no início dos anos 1990. Ele inclusive tocou no funeral da amiga, adaptando a canção “Candle in the Wind” para homenageá-la. Em 2012, chegou a tocar no Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II, quando o reinado completava 60 anos.
A cantora australiana Kylie Minogue também tocou na comemoração de dez anos atrás para Elizabeth II — um dos vários eventos da Coroa em que se apresentou —, mas a imprensa britânica disse que a diva pop também optou por não se apresentar no dia 6.
Nos últimos meses, multiplicaram-se notícias sobre cantores, bandas e grupos que recusaram convites para participarem da coroação. No seu auge em 1997, as Spice Girls foram capa de tabloides pelo planeta após a ruiva Geri Halliwell descumprir os protocolos reais ao não apenas apertar a mão de Charles, mas beijá-lo na bochecha. Rechaçaram, contudo, participar da coroação.
A última vez que as cinco integrantes do grupo se apresentaram juntas foi há dez anos, na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres. Desde então, esbarram principalmente na resistência de Victoria Beckham, que abandonou a música e construiu uma bem-sucedida grife de luxo. Sua ausência não impediu reencontros ao longo dos anos, mas desta vez suas colegas também parecem ter concordado ao dizer não a Charles III.
Scary, Baby, Ginger, Posh e Sporty não estão sozinhas: artistas como Adele, Harry Styles, Robbie Williams e Elton John também rechaçaram convites para participar do evento. Quase todos eles não deram motivos públicos — exceto a equipe de John, que confirmou à revista Rolling Stone que o astro foi convidado, mas não conseguiu conciliar sua agenda.
Elton John era próximo da princesa Diana, que morreu em um acidente de carro em 1997, e foi uma das pessoas que mais a apoiou após o divórcio de Charles, no início dos anos 1990. Ele inclusive tocou no funeral da amiga, adaptando a canção “Candle in the Wind” para homenageá-la. Em 2012, chegou a tocar no Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II, quando o reinado completava 60 anos.
A cantora australiana Kylie Minogue também tocou na comemoração de dez anos atrás para Elizabeth II — um dos vários eventos da Coroa em que se apresentou —, mas a imprensa britânica disse que a diva pop também optou por não se apresentar no dia 6.
Sua equipe disse que ela estaria fora do país, mas os tabloides noticiaram que o motivo real é um temor de que sua participação gere chateações em sua terra natal, onde o movimento republicano ganha força.
Apesar de Austrália ser independente desde 1901, o país é um dos 56 integrantes da Comunidade Britânica (a "Commonwealth", nome oficial em inglês) e um dos 14 que permanecem como monarquias constitucionais. O monarca, na prática, é chefe de Estado, papel essencialmente cerimonial, mas que ainda traz à luz sombras de um passado colonialista e escravocrata.
O atual primeiro-ministro, o trabalhista Anthony Albanese, é um defensor do republicanismo e, segundo uma pesquisa recente, 54% dos australianos apoiam a ruptura. Segundo o levantamento do Instituto Ipsos em parceria com o Movimento Republicano Australiano, o monarca ocupa apenas o 5º lugar entre os membros da realeza mais admirados pelos australianos.
Popularidade em baixa
Segundo outra pesquisa, esta realizada pelo YouGov e divulgada nesta segunda-feira, 58% dos britânicos são favoráveis à monarquia. Se entre a população com mais de 65 anos o apoio chega a 78%, entre os jovens de 18 a 24 anos, fica em apenas 32%.
Trinta e oito por cento das pessoas nesta faixa etária crê que que um chefe de Estado eleito seria uma hipótese melhor. Setenta e oito por cento dos mais jovens disseram não ter interesse na monarquia.
A faixa etária que vê com mais hesitação a família real é também aquela que os artistas mais cortejam — seja para shows, reproduções de streaming ou para usar merchandising. O interesse que figuras como Adele e Harry Styles têm de se associar à monarquia, portanto, é limitado.
A Coroa é essencialmente uma marca: estima-se que a realeza renda à economia do Reino Unido cerca de 2 bilhões de libras por ano, ou aproximadamente R$ 12,5 bilhões, entre receitas diretas e indiretas. E se Elizabeth II era vista como uma mãe dos britânicos, uma figura que se misturava com a monarquia e com a construção de identidade do Reino Unido, o mesmo não vale para seu herdeiro.
Charles por si só tem um currículo de controvérsias, a maior delas talvez o seu divórcio de Diana e o relacionamento extraconjugal que teve com sua ex-namorada, Camilla Parker Bowles. O caso de Charles — e o affair de sua então mulher com o major James Hewitt — foram explorados à exaustão pela imprensa.
As tristezas do casal foram expostas em maio daquele ano, com a publicação do livro “Diana: Sua verdadeira história”, de Andrew Morton, que abordou a infelicidade da princesa, levando-a à ideação suicida, e provocou um alvoroço na imprensa. O imbróglio continuaria a render manchetes mesmo após a morte de Diana e Charles se casar com Camilla em 2005.
Histórico de crises
São as crises mais recentes, contudo, que parecem pesar. A maior delas veio do irmão caçula do rei, o príncipe Andrew, que em fevereiro do ano passado chegou a um acordo multimilionário com a advogada Virginia Giuffre, que o acusava de abuso sexual. A violação teria acontecido há mais de duas décadas, quando a mulher tinha apenas 17 anos.
Andrew retirou-se da vida pública em 2019, quando o escândalo envolvendo seu amigo, o empresário Jeffrey Epstein, eclodiu. Declarado culpado de pedofilia por um tribunal da Flórida, o americano cometeu suicídio em uma prisão de Nova York há três anos, quando aguardava um novo julgamento por tráfico e abuso de menores. Giuffre afirma ter sido uma das vítimas de Epstein.
A crise que chama mais atenção da imprensa britânica, contudo, é a rusga com o príncipe Harry, o caçula de Charles e Diana. O rei tem uma relação frágil com seu filho mais novo desde que Harry e sua mulher, Meghan, anunciaram que abandonariam suas funções reais.
Os atritos pioraram após uma explosiva entrevista do casal, no ano passado, à apresentadora Oprah Winfrey, acusando integrantes da família real de racismo. Harry disse abertamente que sua relação com o pai e o irmão desandou desde então, e viajará sozinho para a coroação. Meghan e seus dois filhos, Archie e Lilibeth, permanecerão na Califórnia, onde moram.
Fonte: O GLOBO
Apesar de Austrália ser independente desde 1901, o país é um dos 56 integrantes da Comunidade Britânica (a "Commonwealth", nome oficial em inglês) e um dos 14 que permanecem como monarquias constitucionais. O monarca, na prática, é chefe de Estado, papel essencialmente cerimonial, mas que ainda traz à luz sombras de um passado colonialista e escravocrata.
O atual primeiro-ministro, o trabalhista Anthony Albanese, é um defensor do republicanismo e, segundo uma pesquisa recente, 54% dos australianos apoiam a ruptura. Segundo o levantamento do Instituto Ipsos em parceria com o Movimento Republicano Australiano, o monarca ocupa apenas o 5º lugar entre os membros da realeza mais admirados pelos australianos.
Popularidade em baixa
Segundo outra pesquisa, esta realizada pelo YouGov e divulgada nesta segunda-feira, 58% dos britânicos são favoráveis à monarquia. Se entre a população com mais de 65 anos o apoio chega a 78%, entre os jovens de 18 a 24 anos, fica em apenas 32%.
Trinta e oito por cento das pessoas nesta faixa etária crê que que um chefe de Estado eleito seria uma hipótese melhor. Setenta e oito por cento dos mais jovens disseram não ter interesse na monarquia.
A faixa etária que vê com mais hesitação a família real é também aquela que os artistas mais cortejam — seja para shows, reproduções de streaming ou para usar merchandising. O interesse que figuras como Adele e Harry Styles têm de se associar à monarquia, portanto, é limitado.
A Coroa é essencialmente uma marca: estima-se que a realeza renda à economia do Reino Unido cerca de 2 bilhões de libras por ano, ou aproximadamente R$ 12,5 bilhões, entre receitas diretas e indiretas. E se Elizabeth II era vista como uma mãe dos britânicos, uma figura que se misturava com a monarquia e com a construção de identidade do Reino Unido, o mesmo não vale para seu herdeiro.
Charles por si só tem um currículo de controvérsias, a maior delas talvez o seu divórcio de Diana e o relacionamento extraconjugal que teve com sua ex-namorada, Camilla Parker Bowles. O caso de Charles — e o affair de sua então mulher com o major James Hewitt — foram explorados à exaustão pela imprensa.
As tristezas do casal foram expostas em maio daquele ano, com a publicação do livro “Diana: Sua verdadeira história”, de Andrew Morton, que abordou a infelicidade da princesa, levando-a à ideação suicida, e provocou um alvoroço na imprensa. O imbróglio continuaria a render manchetes mesmo após a morte de Diana e Charles se casar com Camilla em 2005.
Histórico de crises
São as crises mais recentes, contudo, que parecem pesar. A maior delas veio do irmão caçula do rei, o príncipe Andrew, que em fevereiro do ano passado chegou a um acordo multimilionário com a advogada Virginia Giuffre, que o acusava de abuso sexual. A violação teria acontecido há mais de duas décadas, quando a mulher tinha apenas 17 anos.
Andrew retirou-se da vida pública em 2019, quando o escândalo envolvendo seu amigo, o empresário Jeffrey Epstein, eclodiu. Declarado culpado de pedofilia por um tribunal da Flórida, o americano cometeu suicídio em uma prisão de Nova York há três anos, quando aguardava um novo julgamento por tráfico e abuso de menores. Giuffre afirma ter sido uma das vítimas de Epstein.
A crise que chama mais atenção da imprensa britânica, contudo, é a rusga com o príncipe Harry, o caçula de Charles e Diana. O rei tem uma relação frágil com seu filho mais novo desde que Harry e sua mulher, Meghan, anunciaram que abandonariam suas funções reais.
Os atritos pioraram após uma explosiva entrevista do casal, no ano passado, à apresentadora Oprah Winfrey, acusando integrantes da família real de racismo. Harry disse abertamente que sua relação com o pai e o irmão desandou desde então, e viajará sozinho para a coroação. Meghan e seus dois filhos, Archie e Lilibeth, permanecerão na Califórnia, onde moram.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários