Com a liberdade concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Anderson Torres foi aconselhado fortemente por sua defesa a evitar contatos com políticos e se resguardar.
A avaliação dos advogados é que a defesa sem apelos de ordem política foi determinante para reverter a prisão preventiva que o ex-ministro da Justiça cumpria desde janeiro.
A orientação dada a Torres é que foque em “reequilibrar” seu quadro de saúde mental para se dedicar a enfrentar seus processos judiciais. No mês passado, um dos argumentos apresentados pelo advogado Eumar Novacki e sua equipe para pedir a liberdade do ex-ministro da Justiça foi a piora de seu estado psicológico.
Um grupo de 38 senadores foi autorizado pelo STF a visitar Torres na prisão. O receio da defesa do ex-ministro da Justiça era que ele passasse a ser usado por parlamentares, em especial os bolsonaristas, para atacar o Judiciário, fato que atrapalha ainda mais a já complicada situação de Torres.
A leitura é que bolsonaristas podem querer usar a imagem do ex-ministro da Justiça como uma espécie de mártir e que Torres deve seguir afastado da politização de seu caso.
Torres foi preso em janeiro por suspeita de omissão como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal nos atos golpistas de 8 de janeiro. Além disso, a Polícia Federal encontrou em sua casa uma minuta que abria caminho para uma tentativa de golpe de estado.
Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Torres também é investigado por possível participação nos bloqueios realizados pela Polícia Rodoviária Federal nas eleições de 2022.
Fonte: O GLOBO
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