Josué Bengtson é ex-deputado federal cassado pela Justiça Eleitoral; no final dos anos 1990, foi padrinho político da senadora e a empregou como auxiliar parlamentar em seu gabinete
Pastor evangélico filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro, Bengston esteve na Câmara dos Deputados por quatro mandatos (entre 1999 e 2007, 2011 e 2018). Muito antes da senadora ganhar projeção nacional enquanto ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro (PL), o tio foi seu primeiro padrinho político e a empregou como auxiliar parlamentar em seu gabinete no Congresso Nacional.
Na Câmara, ele integrou a oposição aos governos do PT. Em 2016, chegou a votar a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
No último ano de seu mandato, foi cassado pela Justiça Eleitoral. O então parlamentar foi alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) que o condenou por enriquecimento ilícito por desvio dos recursos de saúde do Pará. De acordo com os autos, Bengtson direcionava emendas à municípios em que as licitações eram fraudadas e o dinheiro depositado em sua conta e na conta da Igreja Quadrangular.
O esquema ficou conhecido como "máfia das ambulâncias". Além da perda de seu mandato, ele ficou inelegível por oito anos e foi condenado a pagar R$ 150 mil em multas.
Polêmica com cotas
Em 2020, já enquanto ex-deputado, Josué Bengtson viralizou a dar uma declaração polêmica em culto realizado em sua igreja. Na ocasião, ele criticou as cotas nas universidades destinadas à população negra e de baixa renda.
— Não voaria em um avião pilotado por alguém que entrou por cota na faculdade. Você deixaria o seu coração ser operado por um médico que entrou na faculdade por cota? Neste mundo, a meritocracia que tem que funcionar é o esforço — afirmou.
Versões conflitantes sobre o caso
Após a apreensão da aeronave, Damares Alves veio à público negar relação com o caso e afirmou que a própria igreja denunciou a carga para a Polícia Federal. A PF, no entanto, contradisse a senadora.
Segundo a corporação, a operação ocorreu "a partir de informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF", sem qualquer informação sobre o suposto alerta por parte dos envolvidos. Fontes acrescentam que a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) já vinham monitorando a aeronave anteriormente.
Fonte: O GLOBO
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