Mais duas representações contra senadores também foram admitidas

O Conselho de Ética do Senado decidiu nesta quarta-feira dar prosseguimento a representações contra os senadores Chico Rodrigues (PSB-RR), Jorge Kajuru (PSB-GO), Cid Gomes (PDT-CE), Styvenson Valentim (Podemos-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Chico Rodrigues entrou na mira do Conselho de Ética após ser flagrado tentando esconder dinheiro nas nádegas durante uma operação da Polícia Federal. Na época ele era vice-líder do então presidente Jair Bolsonaro no Senado, mas hoje faz parte de um partido da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relator do caso de Rodrigues é o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Durante a sessão, o presidente do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (União-MT), chegou a dizer que uma representação contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria a relatoria sorteada. No momento, o senador Magno Malta (PL-ES) foi sorteado, e, por ser do mesmo partido de Flávio, foi feito um novo sorteio, quando Zenaide Maia (PSD-RN) foi escolhida. A representação, no entanto, dizia respeito a Jorge Kajuru e não a filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

– É contra o senador Flávio Bolsonaro. O ideal é não ser do mesmo partido, então mudamos, vamos escolher outro. Senadora Zenaide Maia foi escolhida para ser relatora – disse Jayme durante a sessão.

A representação contra Flávio, foi apresentada por PT, PSOL e Rede ainda em 2020, foi adiada. As legendas apontam "ligação forte e longeva com as milícias no Rio de Janeiro" e citam investigações envolvendo a prática de "rachadinha", quando ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

Já Cid Gomes virou alvo depois de fazer uma série de críticas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda em 2019, quando Lira não era chefe da Casa e liderava a bancada do PP. 

Cid era relator de um projeto sobre a partilha dos recursos pré-sal e reclamava da pressão de um bloco liderado na época por Lira. O senador chamou Lira de "achacador" e "projeto de Eduardo Cunha" em referência ao ex-presidente da Câmara. O senador sorteado para analisar a representação foi Davi Alcolumbre (União-AP).

Por outro lado, outros pedidos, como um feito contra o próprio presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (União-MT), foi arquivado. Em 2020, o Pros, que hoje está incorporado ao Solidariedade, entrou com uma representação por Jayme ter supostamente ter agredido um cidadão que estaria tentando gravar uma entrevista com a então prefeita de Várzea Grande (MT), Sra. Lucimar, esposa do senador.

Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Damares Alves (Republicanos-DF), Davi Alcolumbre e o ex-senador Paulo Rocha (PT-PA), atual superintendente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), também tiveram as representações arquivadas.


Fonte: O GLOBO