Como apontou Marcio Mesquita, economista-chefe do Itaú, desempenho não tem a ver com consumo aquecido
O PIB do primeiro trimestre, divulgado ontem, mostrou que uma alta de 2% é piso. Para crescer 2%, teria que ter até queda nos outros trimestres.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, afirma que as projeções dos bancos serão todas revistas para um número entre 2% e 3%. As revisões já começaram, com instituições financeiras apontando para altas como 2,3% ou 2,4%.
O PIB veio muito maior do que o esperado, e além disso há reflexos estatísticos e de atividade nos outros trimestres.
Os próximos trimestres não trarão números tão bonitos para o PIB, já que a atividade do agronegócio é concentrada no primeiro quadrimestre.
A indústria ficou em empate, não cresceu, e os serviços tiveram crescimento também concentrado em segmentos demandados pela agricultura.
Já se esperava os impactos positivos da super safra nos números do agro, mas esse efeito foi muito maior que o esperado.
Mas não é um crescimento generalizado e não é alta de demanda.
Isso é importante porque, quando há muito consumo, muita demanda, o Banco Central teme o efeito inflacionário disso e mantém os juros. Não é o caso agora. A demanda e o consumo das famílias estão baixos, refletindo em parte a política monetária apertada.
Fonte: O GLOBO
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