Preços de produtos como tubérculos, raízes e carnes devem ter queda forte neste ano
Como alertamos neste blog desde o começo do ano, os dados mostram a queda da inflação de alimentos no domicílio e até a possibilidade de deflação no item, como mostrou manchete do Valor Econômico publicada nesta segunda-feira.
Economistas que se debruçam sobre esse ponto, como Fábio Romão, da LCA Consultores, e a equipe da MBA, já haviam identificado há meses esta tendência, apesar de a maior parte do mercado, no início do ano, apostar em alta de 4,3% na alimentação em domicílio.
Esse cenário mudou, com a maior parte dos economistas acreditando agora em uma alta bem menor ou mesmo queda. A LCA está projetando uma queda de 0,1% para a alimentação em domicílio neste ano. É queda pequena, mas é deflação. A Ativa acredita em contração de 0,3%; o Santander, redução de 0,4%, e Asset 1 trabalha com cenário de 0,5% de queda.
Isso é muito positivo porque, caindo a inflação de alimentos, se reduz a inflação em geral, e é esse movimento que está levando bancos e consultorias a preverem inflação abaixo de 5% para este ano.
No caso de óleos e gorduras, a previsão da LCA é de redução de 18,4%; produtos como tubérculos e raízes terão queda de 12,2%; carnes devem cair 7,6%. É claro que nem tudo vai cair. No caso da farinha, haverá inflação de 2,1%, e as hortaliças e frutas também terão alta de preços.
Qual a razão desse cenário positivo?
Primeiro a supersafra no Brasil, que baterá novo recorde neste ano. Em segundo lugar, a queda dos preços internacionais de alguns produtos, com reorganização das cadeias produtivas dos grandes produtores após eventos dramáticos, como a pandemia e a guerra na Ucrânia.
Aqui cabe um alerta. Quando se fala de inflação de alimentos, hoje pode estar de um jeito, amanhã de outro, e é importante lembrar que há dois eventos no horizonte preocupando os economistas.
Um deles é o fenômeno climático El Niño, que deve ter impacto maior mais para o final do ano. E outro ponto é a nova decisão da Rússia de acabar com o acordo para transporte de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro e bombardear portos ucranianos.
Há exatamente um ano, em 22 de julho de 2022, a inflação de alimentos disparava 17,5%.
Fonte: O GLOBO
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