IBGE aponta ainda que ocupação pode ter voltado ao padrão sazonal de recuperação no segundo trimestre

 A taxa de desemprego voltou a cair e atingiu 8% em junho, o menor percentual desde 2014, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta. A expectativa de economistas era de um recuo menor da desocupação - em média, a aposta era 8,2%, ou seja, quase estabilidade em relação aos 8,3% registrados em maio.

A manutenção da taxa em um patamar reduzido tem a ver com a baixa participação dos brasileiros no mercado de trabalho, em um movimento relacionado com o forte aumento do valor dos benefícios sociais durante a pandemia.

Em junho, 61,6% dos brasileiros que estão aptos a trabalhar estavam ou empregados ou buscando emprego, quase o mesmo patamar de maio (61,5%). Antes da pandemia, esse percentual era de mais de 63% da população, em média.

- Grande parte da estabilização do desemprego em patamar baixo ainda se deve às pessoas consideradas aptas a trabalhar, mas que não estão procurando emprego - apontou o economista Marcos Caruso, da PicPay.

- Vale ressaltar que a taxa de participação vem sendo o pilar da análise do mercado de trabalho há um tempo e essa mudança de tendência na ponta pode indicar uma desaceleração, ainda que não tenha se refletido nos números mais recentes.

Além disso, sazonalmente a ocupação se recupera no segundo trimestre, após a taxa de desemprego tradicionalmente aumentar nos primeiros três meses do ano.

- O segundo trimestre registrou recuo da taxa de desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador - apontou a coordenadora da Pnad do IBGE, Adriana Beringuy. - Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano.


Fonte: O GLOBO