Médico Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, está preso preventivamente; ele teria dito que as pacientes precisavam ficar excitadas para que os exames dessem certo

A Polícia Civil de Goiás recebeu mais nove denúncias contra o médico Fábio Guilherme da Silveira Campos, de 73 anos, durante o fim de semana. Com os novos relatos de abusos sexuais, chega a 13 o número de mulheres que dizem ter sido vítimas do ginecologista que atende em Goiânia.

O profissional de saúde foi preso preventivamente na última quinta-feira. A delegada Amanda Menuci Petelinkar disse que o médico teria afirmado que as pacientes precisavam ficar excitadas para que os exames ginecológicos dessem certo.

As primeiras denunciantes disseram que foram abusadas quando tinham 15, 16, 21 e 32 anos nas datas dos crimes.

— Em todos os relatos pode ser observado uma manipulação dos fatos, pelo médico. Então ele não precisa usar de violência ou grave ameaça para a prática dos crimes. Por isso mesmo delito a ele imputado é a violação sexual mediante fraude, em que ele se utiliza de argumento de autoridade, no caso dele um argumento médico, científico, em faze das vítimas que são leigas, que não entendem completamente a situação que estão vivenciando — disse a delegada, em entrevista ao GLOBO.

— Ele sendo uma autoridade no assunto as convencia de que aquela prática era normal, era rotina, era usual, e as vítimas ficavam nessa linha tênue entre a normalidade e o crime — acrescentou a investigadora.

Um mês antes de ser preso, Campos foi agredido pelo marido de uma possível vítima. O médico levou um soco dentro do Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, em Goiânia. O homem deu um murro enquanto chamava o profissional de saúde de "abusador de mulher".

Na época, Campos negou ter abusado da denunciante. Desde então ele está afastado do Ciams Novo Horizonte, pode determinação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Depois que as imagens da agressão viralizaram, outras mulheres procuraram a delegacia narrando também serem vítimas do médico. De acordo com a Polícia Civil, alguns desses casos já prescreveram, pois teriam ocorrido em 1994.

Campos está detido na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia. O GLOBO não conseguiu contato com a defesa do médico.


Fonte: O GLOBO