Atual campeã da Euro estreou com desempenho abaixo do esperado, enquanto estreantes em Copa demonstram grande capacidade física

Com um gol de pênalti convertido por Georgia Stanway, a Inglatera estreou com vitória simples sobre o Haiti na manhã deste sábado. Uma das principais favoritas a vencer a Copa, a seleção comandada poor Sarina Wiegman passou sufoco para segurar a vantagem magra e deixou o campo com muitos ajustes a serem realizados para o restante da competição.

A Inglaterra teve o domínio da partida desde o início, mas o Haiti demonstrou organização e preparo físico que surpreenderam as atuais campeãs da Europa. O treinador francês Nicolas Delepine optou por uma marcação individual e não em linhas, o que se provou a escolha mais acertada, já que as haitianas conseguiam travar boa parte das tentativas das inglesas.

Bastante exigida, a goleira Kerly Theus representou a última linha de defesa, defendendo 10 tentativas que tiveram endereço certo. O gol da vitória simples veio através de pênalti cobrado por Stanway, mas apenas na segunda chance, já que a juíza mandou repetir a cobrança defendida por Theus, adiantada no momento da batida.

Em um duelo em que predominou o ataque contra defesa — a posse de bola ficou em 55% para as inglesas, 27% para as haitianas e 18% em disputa —, o Haiti aproveitou os espaços deixados pela Inglaterra e encaixou bons contra-ataques. No mais perigoso, Mary Earps impediu o empate em uma defesa com o pé esticado em boa finalização de Éloissant, já no final do segundo tempo.

A intensidade das estreantes em Copas começou desde o início, e no segundo minuto o Haiti já havia chegado a primeiro escanteio e tentava levar perigo à meta inglesa. Mas as Leoas se recuperaram no contra-ataque na sequência e passaram a dominar o jogo, como esperado. Aos 19 minutos, um possível pênalti foi checado pelo VAR, mas na revisão das imagens, a juíza Emikar Caldera Barrera viu falta de Russo no lance anterior. Mesmo assim, ela assinalou um amarelo para Pierre-Louis por entrada dura em Chloe Kelly.

Sete minutos depois, a juíza foi à cabine do VAR novamente, desta vez para checar o toque de mão de Batcheba Louis, que ergueu os braços dentro da área na tentativa de desviar um cruzamento. Na cobrança, Georgia Stanway parou nas mãos da goleira Theus, mas a árbitra viu a haitiana bastante adiantada e ordenou uma nova batida. Na nova chance, Stanway não desperdiçou e abriu o placar em Brisbane.

No final do primeiro tempo, o Haiti cresceu dentro de campo e conseguiu aproveitar contra-ataques em erros da Inglaterra. Foram duas finalizações, com uma cabeçada de Borgella aos 45 representando a melhor chance das estreantes em Copas na primeira etapa. Após o intervalo a seleção haitiana voltou com força total e colocou a goleira Mary Earps para trabalhar logo aos três minutos, em chute forte de Dumornay.

Apesar de boas atuações de Chloe Kelly, Ella Toone e Alessia Russo — que foi quem chegou mais perto de ampliar, em duas finalizações que obrigaram Theus a se esticar —, a Inglaterra apresentou um futebol bem abaixo do esperado e bem diferente daquele apresentado na campanha impecável na conquista da Euro em 2022.

Sem Fran Kirby, Beth Mead e Leah Williamson, que se lesionaram nos meses que antecederam a Copa e estão fora da competição, o poderio ofensivo da seleção inglesa ficou devendo a potencial que apresenta. Para o próximo duelo, contra a Dinamarca, no dia 28 às 5h30, Wiegman terá uma longa lista de modificações a fazer para buscar uma vitória contra uma equipe bem mais expressiva, que ocupa a 13ª colocação no ranking da Fifa. Já o Haiti, 52º colocado, enfrenta a China no mesmo dia, às 8h30.


Fonte: O GLOBO