Metade da população dos Estados Unidos está sob alerta; em todo o país, 436 trabalhadores morreram devido ao clima desde 2011

A onda de calor que chegou ao leste dos Estados Unidos nesta quinta-feira pode fazer Nova York ultrapassar os 41ºC até sábado. Após altas temperaturas serem registradas no mundo nas últimas semanas, com recordes sucessivos na temperatura média do planeta, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu, pela primeira vez em dois anos, um alerta de calor extremo para a cidade até a noite desta sexta-feira.

— O calor mata mais nova-iorquinos todos os anos do que qualquer outro tipo de evento climático extremo. O acesso a locais para se refrescar é uma questão de vida ou morte — disse o prefeito de Nova York, Eric Adams, durante uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira. — Lembre-se de dar bastante água para os seus animais de estimação. Não queremos que nenhum companheiro sofra — ressaltou.

Na ocasião, ele chegou a dizer que 500 centros de resfriamento estarão abertos nos próximos dias, o que inclui piscinas públicas, bebedouros, chafarizes, parques com sombra e bibliotecas. Pessoas que não têm ar-condicionado em casa foram incentivadas a permanecerem em um desses locais nas horas mais quentes do dia. Até sábado, piscinas públicas ficarão abertas até 20h, uma hora a mais em relação aos dias comuns.

De acordo com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, 436 trabalhadores morreram devido ao clima desde 2011. Segundo Ashwin Vasan, comissário da área da saúde, o calor é "o mais mortal de todos os eventos climáticos extremos". Ao todo, cerca de 180 milhões de americanos — metade da população dos EUA — estão sob alerta e poderão enfrentar temperaturas acima dos 37ºC.

— Acho que ninguém mais pode negar os impactos da mudança climática — disse o presidente americano Joe Biden durante um encontro com os prefeitos de Phoenix, no Arizona, e San Antonio, no Texas, para falar sobre os efeitos do calor no sul do país. — Mesmo aqueles que negam que estamos em meio a uma crise não podem negar o impacto que o calor extremo tem nos americanos.

Phoenix, por exemplo, chegou nesta quinta ao 28º dia consecutivo de temperaturas acima de 43,3°C. Já na Filadélfia foi criada uma linha telefônica de ajuda para idosos. Muriel Bowser, prefeita de Washington, deu dicas nas redes sociais para passar pelos dias de calor, e compartilhou um número para pedir gratuitamente transporte para um centro de resfriamento. "Os próximos quatro dias serão extremamente quentes", relatou.


Fonte: O GLOBO