Corpo de Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 anos, será enterrado em Uberaba (MG); 'Eu só quero justiça', afirma a mãe da vítima, Valéria Alves Brito
Dalliene de Cássia Brito Pereira havia deixado Uberaba (MG) para morar em São Paulo, com objetivo de tornar-se modelo. Mas seu sonho foi interrompido na madrugada deste sábado, quando a Polícia Militar encontrou o corpo da jovem sem vida no apartamento onde ela morava, em Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. Seus restos mortais serão enterrados nesta terça-feira, na cidade mineira, enquanto uma investigação por homicídio prossegue na 27° Delegacia de Polícia de SP.
— Eu só quero justiça, quero deixar nas mãos da polícia para resolver isso. O que cabe a mim é só ter minha filha aqui nesse momento — disse Valéria Alves Brito, de 46 anos, mãe de Dalliane, em entrevista ao GLOBO. — O corpo será velado com muito amor, com muito carinho. Ela era uma menina maravilhosa, todo mundo gostava, todo mundo amava, muito carinhosa, meiga, estudiosa, conhecida e amada por todos. Só quero velar minha filha, dar um enterro digno para ela — acrescentou.
Valéria descreveu a filha como uma jovem que "sempre teve o sonho de melhorar na vida". Foi com esse objetivo que ela foi para São Paulo pela primeira vez, assim que completou 18 anos. Ela já havia vencido concursos de beleza em Uberaba.
— Ela foi tentar a vida como modelo em São Paulo, com 18 anos, mas não gostou muito dessa área, desse ramo, muita pressão. Aí teve a pandemia, ela voltou para cá [Uberaba]. E em janeiro do ano passado ela voltou para São Paulo já com emprego. E alugamos um apartamento para ela, com muita dificuldade, e ela foi estudando, fazendo faculdade, trabalhando, melhorando de cargo — afirmou.
Há alguns meses, Dalliene ganhou a companhia de uma conterrânea. Ela passou a dividir um apartamento com Brunna Ysabelle Gondim Faria, de 22 anos. De acordo com Valéria, a vítima tinha se matriculado em cursos de oratória e conversação em inglês, enquanto tinha pretensões de ascensão na carreira.
Telefonema para informar morte
Os policiais precisaram arrombar a porta do apartamento onde a vítima morava Brunna Ysabelle. Dentro do imóvel, os agentes encontraram Dalliene morta em cima da cama e com ferimentos no punho.
Coube a Brunna Ysabelle telefonar para a mãe de Dalliene para dar a notícia do crime. Do outro lado da linha, Valéria Alves Brito, de 46 anos, ficou desesperada com a informação que recebeu.
— Ela começou a falar comigo, chorar, não falar nada com nada. Eu me desesperei, comecei a chorar muito, não acreditando — disse a mãe de Dalliene. — Quero minha filha, o corpo, para velar, porque eu não durmo, não como. Estou passando mal: não sei o que aconteceu, estou perdida, sem chão — prosseguiu.
Valéria Alves Brito disse que Dalliene ficou em casa, enquanto a amiga saiu para trabalhar. Brunna Ysabelle, de acordo com o relato, retornou por volta das 5 horas da manhã. A dupla tinha apenas uma chave para o apartamento.
— Então, na hora que ela chegou, era para a Dalliene ter deixado a porta aberta. Dalliene dormia com a porta aberta. Ela (Bruna) já achou estranho. Ela bateu, interfonou, ligou e nada. Ela escutou a cama arrastando lá dentro do apartamento e escutou uns barulhos. Ela ficou apavorada, com medo, desceu as escadas, e foi chamar a polícia no posto em frente — conta a mãe.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), policiais militares atenderam a ocorrência e encontraram a vítima deitada em uma cama com ferimentos no punho. Brunna Ysabelle disse em depoimento que, ao chegar no apartamento, escutou barulhos e chamou pela amiga, que não respondeu.
"Foram solicitados exames junto ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML) e o caso foi registrado como homicídio no 27° DP (Campo Belo)", conclui a nota da SSP.
Amiga que morava com a vítima lamenta morte
"Eu te amo para sempre! Como dói, como nunca doeu antes, daria tudo por um último abraço, uma última conversa, uma última risada alta até os vizinhos reclamarem!", escreveu Brunna em uma postagem nas redes sociais na qual lamenta a morte da amiga.
Em outra publicação, ela fez comentários sobre a repercussão do caso: "Não sei o que alguns de vocês sabem ou ouviram relacionado ao que aconteceu com a Dalliene, mas não temos certeza de nada então descartem qualquer achismo idiota (...) só eu sei o que vi e ouvi, e somente a autópsia vai dizer o que aconteceu com ela!", disse.
Fonte: O GLOBO
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