Governador da Bahia determinou às polícias Civil e Militar rigorosa investigação

A líder quilombola Bernadete Pacífico, chefe da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi assassinada na noite dessa quinta-feira, na cidade de Simões Filho, na Bahia. De acordo com informações preliminares obtidas pela Secretaria da Segurança Pública do estado, dois homens usando capacetes invadiram o imóvel da vítima e efetuaram disparos com arma de fogo.

"A Secretaria da Segurança Pública repudia o homicídio da liderança quilombola Bernadete Pacífico, se solidariza à família e informa que as polícias Militar, Civil e Técnica, após tomarem conhecimento do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime", afirmou o órgão, que pediu o envio de informações sobre a dupla para o telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).

Mãe Bernadete, como era mais conhecida, era líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, localizada no município de Simões Filho, na Bahia. Ela chegou a atuar como secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

"Mãe Bernadete foi insidiosamente executada na noite desta quinta-feira (17/08). Era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos (Binho do Quilombo), liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado há 6 anos. O assassinato de Binho, como o de tantas outras lideranças quilombolas, continua sem resposta e sem justiça. Junta-se à injustiça mais uma vítima da violência enfrentada por aqueles que ousam levantar suas vozes na defesa dos nossos direitos ancestrais. Mãe Bernadete, agora silenciada, era uma luz brilhante na luta contra a discriminação, o racismo e a marginalização", diz trecho da nota de pesar publicada no site da Conaq.

Ao site G1, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, contou que criminosos invadiram o terreiro onde Mãe Bernadete estava. "O racismo religioso mata e produz violências reais", escreveu a ministra para o site.

Pelo Twitter, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, lamentou o crime e diz ter determinado que as polícias Militar e Civil "desloquem-se de imediato ao local e que sejam firmes na investigação".

Também o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, postou nas redes sociais que determinou o envio de uma equipe do ministério até Simões Filho.


Fonte: O GLOBO