Fagner Chaves de Lima foi acusado de ganhar 'milhares de dólares' para levar ilegalmente compatriotas à América do Norte; ele extorquia, ameaçava e pedia mais dinheiro às vítimas
A juíza Margaret Guzman, do Tribunal Distrital de Connecticut, condenou nesta terça-feira o brasileiro Fagner Chaves de Lima a três anos e cinco meses de prisão pelo crime de tráfico humano. O "coiote", de 42 anos, foi acusado de levar imigrantes do Brasil para o território americano de forma ilegal. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, esta atividade lhe rendeu "pagamentos de milhares de dólares".
Mineiro de Tarumirim, Lima também foi condenado a três anos de liberdade condicional a serem cumpridos após o período estipulado para ficar em regime fechado. Em abril deste ano, ele havia se declarado culpado das acusações.
Morador de East Hartford, em Connecticut, Lima está preso desde 30 de junho de 2022. Segundo a acusação, ele era responsável por organizar a viagem para que imigrantes entrassem ilegalmente nos Estados Unidos vindos do Brasil de avião ou ônibus.
Ele também era encarregado de providenciar acomodações para as vítimas durante a viagem. Mas ainda durante a ida para os EUA, prossegue a denúncia, Lima já iniciava a prática de extorsão, ameaçando prejudicar as vítimas e suas famílias se não pagassem dinheiro adicional.
Os investigadores coletaram provas contra Lima por meio de um agente disfarçado. Ele registrou conversas com o suspeito pelo WhatsApp. Na ocasião, o policial ofereceu o pagamento de US$ 15 mil (equivalente a R$ 74,8 mil) pelos serviços de Lima, que concordou com o acordo.
Os valores seriam gastos para levar do Brasil para os EUA a irmã e a sobrinha do agente disfarçado. Lima teria respondido que está envolvido com o tráfico de pessoas "há 20 anos" e consegue colocar dentro do território americano pessoas "com visto, sem visto, ou se . . . [eles] são procurados pela polícia".
Em uma das mensagens anexadas ao processo, Lima também reconhece que o tráfico de pessoas é perigoso. Segundo o Departamento de Justiça, ele extorquiu as vítimas vulneráveis e suas famílias por mais dinheiro, até mesmo fazendo ameaças.
— Basicamente, as operações de contrabando humano exploram algumas das pessoas mais vulneráveis de nossa sociedade puramente para fins lucrativos — disse o procurador interino dos Estados Unidos, Joshua Levy.
Christopher DiMenna, agente especial do FBI - a polícia federal americana - também comentou o caso.
— Nenhum ser humano deveria ser tratado como mercadoria, mas foi exatamente isso que Fagner Chaves De Lima fez quando conspirou com outros para explorar, colocar em perigo e extorquir aqueles que buscavam uma nova vida na América para arrecadar centenas de milhares de dólares para si mesmo — disse DiMenna.
Fonte: O GLOBO
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