Alguns nomes são mais óbvios, como o do ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump, Rudolph Giuliani, identificado como co-conspirador 1; veja quem são os outros
A acusação contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de tentar reverter o resultado das eleições de 2020, na terça-feira, deixou uma série de perguntas sem resposta, entre elas: quem é o co-conspirador 6? Segundo a investigação, seis pessoas ajudaram nos esquemas de Trump para permanecer no cargo. Nenhum deles é nomeado explicitamente, mas a maioria é fácil de ser identificada por meio de detalhes contidos na acusação, como Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump (o co-conspirador 1). O co-conspirador 6, no entanto, é menos óbvio.
Veja quem são os seis co-conspiradores:
Rudolph Giuliani
O ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump é descrito na acusação como "co-conspirador 1". Sem citar seu nome, o documento diz que se trata de um advogado "que estava disposto a espalhar alegações falsas de uma fraude generalizada", mesmo quando muitos funcionários estaduais e federais — incluindo o ex-procurador-geral de Trump, William Barr — contestavam a estratégia.
Giuliani desempenhou um papel muito público após a eleição, quando viajou para estados republicanos chave, como Michigan e Geórgia, em que Trump perdeu, disseminando informações infundadas. O documento de acusação faz referência a essas reuniões, depoimentos a legisladores e eventos políticos que já tinham sido atribuídos ao advogado.
A acusação alega que o co-conspirador 1 reconheceu em particular que não tinha provas para as alegações. “Não temos as evidências, mas temos muitas teorias”, teria dito a um legislador do Arizona que exigia provas de votos ilegais naquele estado, de acordo com a acusação.
Seu porta-voz, Ted Goodman, confirmou que "parece" que o documento se refere a ele, e disse que a acusação viola o direito à liberdade de expressão da Primeira Emenda. Em comunicado, Goodman afirma que ela criminaliza o ato de “ousar fazer perguntas sobre os resultados das eleições de 2020”.
John Eastman
O co-conspirador 2 foi identificado como John Eastman, descrito na acusação como o homem "que planejou e tentou implementar uma estratégia para alavancar o papel do vice-presidente, Mike Pence, para impedir ou atrasar o processo formal de certificação da eleição". Pence resistiu à pressão de Trump para tentar interromper a certificação de Joe Biden em 6 de janeiro de 2021, que acabou com a invasão de trumpistas ao Capitólio. Alguns deles pediam que Pence fosse enforcado durante o motim generalizado.
Ex-advogado da Casa Branca, Eastman também ajudou a desenvolver uma estratégia legal que envolvia a criação de listas de eleitores pró-Trump nos estados em que Joe Biden venceu. Ele também afirmou falsamente, e sem provas, que Trump perdeu na Geórgia em parte porque 66 mil menores de idade e 2.500 criminosos condenados votaram no estado naquele ano.
O advogado de Eastman, Charles Burnham, disse em um comunicado que a nova acusação usou uma "apresentação enganosa dos registros para arquitetar acusações criminais contra o candidato presidencial Trump e lançar calúnias ameaçadoras sobre seus assessores próximos".
Sidney Powell
A acusação descreve o co-conspirador 3 como "uma advogada cujas alegações infundadas de fraude eleitoral foram reconhecidas pelo réu [Trump], como 'loucas'". A advogada abraçou a teoria infundada de que as urnas eletrônicas foram hackeadas para fraudar a eleição a favor de Biden. Depois que deu as falsas declarações em uma coletiva de imprensa mal recebida pelo público em geral, a campanha de Trump se distanciou dela.
Mas Powell continuou entrando com ações judiciais alegando fraude eleitoral e repetindo as falsas alegações na Fox News. Desde então, foi sancionada por má conduta e processada por difamação inúmeras vezes.
Depois, Powell disse ao comitê da Câmara responsável pela investigação da invasão ao Capitólio que não leu ou revisou todas as declarações que apresentou como supostas evidências de fraude eleitoral e argumentou, por meio de um advogado, que “nenhuma pessoa razoável” consideraria suas alegações como fatos.
Jeffrey Clark
O co-conspirador 4 é descrito na acusação como um funcionário do Departamento de Justiça que se concentrou em questões civis e trabalhou com Trump para “usar o órgão para abrir investigações falsas de crimes eleitorais e influenciar as legislaturas estaduais com alegações de fraude eleitoral”.
As ações de Clark levaram a um confronto na Casa Branca, detalhado na acusação de terça-feira, quando altos funcionários do Departamento de Justiça disseram a Trump que renunciariam se o presidente nomeasse Clark no lugar do procurador-geral interino Jeffrey Rosen, que se recusava a legitimar as alegações de fraude.
A acusação diz que Clark se encontrou secretamente com Trump várias vezes nos dias anteriores ao motim de 6 de janeiro e "tentou coagir" os principais funcionários do Departamento de Justiça a assinar uma carta declarando que irregularidades na votação foram descobertas em vários estados.
A acusação detalha ainda como outros advogados do Departamento de Justiça e da Casa Branca rejeitaram as alegações de fraude eleitoral de Trump , e o vice-conselheiro da Casa Branca alertou o co-conspirador 4 que se Trump se recusasse a deixar o cargo, haveria “motins em todas as grandes cidades dos Estados Unidos”.
Kenneth Chesebro
Segundo a acusação, o co-conspirador 5 “auxiliou na elaboração e tentativa de implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”. O advogado Kenneth Chesebro enviou um e-mail a Giuliani em 13 de dezembro de 2020, explicando seu plano para enviar uma lista de falsos eleitores a Washington para aprovação do Congresso.
O advogado, segundo a acusação, primeiro se envolveu nos esforços pós-eleitorais da campanha de Trump em Wisconsin, antes de expandir a estratégia para outros estados onde o republicano perdeu.
Chesebro argumentou que suas comunicações com a campanha de Trump são protegidas pelo privilégio advogado-cliente, embora ele nunca tenha sido pago por seu trabalho.
Boris Epshteyn
Identificado pela acusação como “um consultor político que ajudou a implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”, o co-conspirador 6 poderia ser uma série de figuras na órbita de Trump.
Mas um exame mais atento da acusação e uma revisão das mensagens entre as pessoas que trabalham com a equipe do ex-presidente dão uma pista forte que apontam para Boris Epshteyn, consultor estratégico da campanha daquele ano.
A acusação diz que Clark se encontrou secretamente com Trump várias vezes nos dias anteriores ao motim de 6 de janeiro e "tentou coagir" os principais funcionários do Departamento de Justiça a assinar uma carta declarando que irregularidades na votação foram descobertas em vários estados.
A acusação detalha ainda como outros advogados do Departamento de Justiça e da Casa Branca rejeitaram as alegações de fraude eleitoral de Trump , e o vice-conselheiro da Casa Branca alertou o co-conspirador 4 que se Trump se recusasse a deixar o cargo, haveria “motins em todas as grandes cidades dos Estados Unidos”.
Kenneth Chesebro
Segundo a acusação, o co-conspirador 5 “auxiliou na elaboração e tentativa de implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”. O advogado Kenneth Chesebro enviou um e-mail a Giuliani em 13 de dezembro de 2020, explicando seu plano para enviar uma lista de falsos eleitores a Washington para aprovação do Congresso.
O advogado, segundo a acusação, primeiro se envolveu nos esforços pós-eleitorais da campanha de Trump em Wisconsin, antes de expandir a estratégia para outros estados onde o republicano perdeu.
Chesebro argumentou que suas comunicações com a campanha de Trump são protegidas pelo privilégio advogado-cliente, embora ele nunca tenha sido pago por seu trabalho.
Boris Epshteyn
Identificado pela acusação como “um consultor político que ajudou a implementar um plano para apresentar listas fraudulentas de eleitores presidenciais para obstruir o processo de certificação”, o co-conspirador 6 poderia ser uma série de figuras na órbita de Trump.
Mas um exame mais atento da acusação e uma revisão das mensagens entre as pessoas que trabalham com a equipe do ex-presidente dão uma pista forte que apontam para Boris Epshteyn, consultor estratégico da campanha daquele ano.
Um e-mail de dezembro de 2020 do consultor para Giuliani corresponde a uma descrição contida na acusação sobre uma interação entre o co-conspirador 6 e o co-conspirador 1. “Caro prefeito, conforme discutido, abaixo estão os advogados que eu recomendaria para o memorando sobre a escolha de eleitores”, e continua identificando advogados em sete estados.
Segundo a acusação, o co-conspirador 6 teria “identificado os advogados no Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Novo México, Pensilvânia e Wisconsin”.
Fonte: O GLOBO
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