Fobia pode causar sintomas parecidos com os do transtorno de ansiedade e síndrome do pânico, gerados pelo medo irracional do que pode habitar no oceano, rios, lagos, entre outros
O pavor de 'águas profundas', animais marinhos e da sensação causada pela imensidão tem um nome: talassofobia. Esse tipo de medo pode causar ansiedade, aversão à qualquer ambiente com águas profundas - do mar às piscinas - e também sintomas semelhantes aos da síndrome do pânico.
As fobias e medos são diferentes na intensidade com que afetam as pessoas que sofrem com eles. Enquanto o medo é uma reação do corpo humano para prevenir que a pessoa se envolva em situações de risco, a fobia é um sentimento paralisante que afeta diretamente a qualidade de vida de quem sofre com ela.
No caso da fobia ligada às águas de oceanos, rios, lagos, entre outros, situações que envolvem o contato indireto com profundidade podem ser um 'gatilho'. Assistir um filme com cenas no fundo do mar ou caminhar na orla pode ser suficiente para causar a sensação de ansiedade e até pânico.
De acordo com a psicóloga Cláudia Melo, o 'talassofóbico' pode ter a sensação de medo gerada a partir de algum evento traumático ou não. Pessoas que se afogaram ou testemunharam um afogamento costumam ser suscetíveis à fobia. Além disso, se assustar com filmes e até histórias traumáticas de outras pessoas com o mar também pode ser um ponto de partida para o medo.
Nas redes sociais, imagens que remetem ao medo profundo da imensidão das águas e os animais que podem habitar nesses ambientes são assuntos recorrentes. Confira abaixo algumas imagens associadas ao medo de águas profundas.
A reação mais comum em pessoas que sofrem com fobias é se afastar do que causa a sensação de desconforto, pânico e ansiedade, porém, a prática pode fortalecer ainda mais o pavor.
— Quanto mais as pessoas que sofrem com uma fobia se afastam desse local, que para elas é um lugar de risco, mais força a fobia ganha. Elas ficam cada vez mais rígidas em relação à isso, com mais dificuldade de lidar com essa ansiedade — explicou Cláudia.
Algumas 'vítimas' da talassofobia podem precisar de auxílio psicológico e psiquiátrico para encontrar uma relação saudável com o mar. De acordo com a especialista, as medicações podem ajudar no controle da ansiedade causada pelo medo intenso, enquanto a terapia é responsável por diferenciar para o paciente as situações possíveis, daquelas criadas pelo medo irracional, como o surgimento de animais mitológicos.
*Estagiária sob supervisão de Daniel Biasetto
Fonte: O GLOBO
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