Entre as peças ausentes estão joias de ouro, pedras semipreciosas e vidros, todos datados do século 15 a.C ao século 19 d.C; funcionário apontado como suspeito foi demitido
O Museu Britânico, na Inglaterra, comunicou nesta quarta-feira a demissão de um funcionário após itens do acervo terem desaparecido. De acordo com a imprensa local, os tesouros roubados chegavam a custar até 50 mil libras (R$ 316 mil), e foram vendidos no eBay por R$ 253. Ainda segundo a publicação, a instituição era furtada ao menos desde 2016.
Após uma investigação interna, o curador de culturas do Mediterrâneo Peter Higgs, de 56 anos, foi demitido. Ele nega ter cometido o crime, e sua família afirmou que ele está “arrasado” por ter perdido o emprego onde trabalhou por 30 anos. A falha do museu em catalogar todas as oito milhões de peças de sua coleção teria facilitado a execução dos roubos.
Entre as peças ausentes, roubadas ou danificadas estão joias de ouro, pedras semipreciosas e vidros, todos datados do século 15 a.C ao século 19 d.C. Presidente do museu, George Osborne encomendou uma revisão independente para determinar quais itens foram retirados, como podem ser recuperados e quais medidas de segurança podem ser tomadas.
No eBay, uma joia romana apareceu por R$ 253 em 2016, mas não atraiu compradores. Especialistas indicam que seu verdadeiro valor poderia chegar a R$ 316 mil. Filho de Higgs, Greg disse acreditar que o pai “não fez nada”, e destacou que ele “perdeu o emprego e a reputação”. Ele ainda disse que este era “o trabalho da vida” de seu pai, que está “arrasado”.
— O nome dele foi completamente arrastado na lama e demonizado. Ele não está bem desde que isso aconteceu. Tem sido muito triste vê-lo tão chateado o tempo todo por causa disso — destacou Greg ao “The Times”, informando que o pai foi demitido em julho, mas que já estava sob investigação “há um tempo”. — Ele só quer ter uma vida normal.
Higgs estudou arqueologia na Universidade de Liverpool antes de ingressar no Museu Britânico. Em 2022, ele ajudou a devolver uma estátua de 2 mil anos à Líbia, e na época disse ter sido levado a um depósito e que, em meio às caixas de vinho havia uma de madeira. “Quando abrimos, reconheci como uma escultura antiga”, disse.
Em 2002, quando um repórter disfarçado relatou que alguns artefatos haviam desaparecido do museu, ele falou ao “The Times” que os itens iriam aparecer, já que o local era “uma bagunça”. Já em 2020, um especialista identificou as peças em uma casa de leilões online e denunciou o vendedor à instituição.
Apesar disso, nenhuma medida havia sido tomada até este ano, quando Higgs foi demitido.
Fonte: O GLOBO
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