Incorporadora colocará imóvel no mercado em outubro e promete entregar obra em 2025

O fim parece estar próximo para aquela que uma das maiores cicatrizes imobiliárias do Rio. A Torre H — arranha-céu de 110 metros na Barra da Tijuca cujas obras começaram há mais de meio século e que estavam paradas há 39 anos — será lançada como um novo condomínio residencial no fim de outubro. Segundo a incorporadora Capital1, responsável pelo projeto, o empreendimento terá Valor Geral de Vendas (VGV) de cerca de R$ 280 milhões.

O drama da Torre H atravessa toda a história do desenvolvimento urbanístico da Barra. O plano de Lúcio Costa para o bairro, de 1969, previa a construção de 76 torres cilíndricas, projetadas por Oscar Niemeyer. 

Mas só três ficaram de pé, e uma delas — a Torre H — teve as obras paralisadas em 1984, legando a seus compradores um problema na forma de esqueleto que atravessaria gerações. A situação pioraria em 2005, com a falência da Desenvolvimento Engenharia, responsável pelas obras. (A vizinha Torre A ficou pronta e é habitada há décadas).

Esqueleto da Torre H hoje — Foto: Divulgação

A Capital1 — incorporadora brasiliense que entrou no Rio há 15 anos ao recuperar outro prédio abandonado em Niterói — comprou 85% dos apartamentos da Torre H em leilões e negociações com proprietários. Os 15% restante estão nas mãos de donos de unidades que toparam participar do projeto, diz Antônio Carlos Osório, sócio da companhia.

Modelo de ‘studios’

A Torre H nasceu com o nome comercial de Abraham Lincoln, mas a Capital1 vai lançá-la como Niemeyer 360° — marca que promove a assinatura do arquiteto e o fato de que, com 36 andares e formato circular, a torre proporciona uma visão de 360 graus da Barra da Tijuca. O projeto arquitetônico, aliás, foi complementado pelo bisneto de Niemeyer, Paulo Sergio Niemeyer.

As obras já estão em curso, e o imóvel deve ser entregue em dezembro de 2025, promete Osório. A Capital1 diz estar sondando o mercado para determinar o preço de venda, mas o sócio diz que usará como referência o preço médio da região, da ordem de R$ 16 mil, segundo ele.

O empreendimento terá 455 unidades, todas elas “studios” de 38 metros quadrados, sem área de lavanderia. (No seu lugar, haverá um espaço coletivo de lavanderia). As 13 coberturas são duplex. Com terreno de 8 mil metros quadrados, o empreendimento terá também piscina de 30 metros com borda infinita, academia, espaço de co-working e estacionamento subterrâneo.

Projeção do interior dos apartamentos — Foto: Divulgação

— O projeto prevê a possibilidade de o comprador adquirir dois studios e convertê-los num só apartamento. É uma sacada nossa e deve atrair o publico investidor, que compra para alugar, ou pessoas solteiras e casais idosos, por exemplo — explica Osório, que também comprou o inacabado Hotel Panorama, em Charitas, Niterói, e aguarda as licenças para começar as obras.


Fonte: O GLOBO