Comunicado ocorre após quase três semanas de bombardeios israelenses no local; ao todo, mais de 7 mil pessoas já morreram na região, incluindo 2 mil crianças

As Nações Unidas disseram, nesta sexta-feira, que era necessária ajuda “ininterrupta” na Faixa de Gaza. O comunicado ocorreu após quase três semanas de bombardeios israelenses no local em retaliação aos ataques do Hamas neste mês, que desencadearam uma crise humanitária no território palestino sitiado.

Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência da ONU para refugiados palestinos, disse que é necessária ajuda “significativa e ininterrupta” para Gaza, chamando o fluxo de ajuda que entra na área de “migalhas”.

– O sistema em vigor está preparado para falhar. O que é necessário é um fluxo de ajuda significativo e ininterrupto. E para ter sucesso, precisamos de um cessar-fogo humanitário para garantir que esta ajuda chegue aos necessitados – disse Lazzarini aos jornalistas em Jerusalém durante uma conferência de imprensa.

O comissário também confirmou que 57 funcionários da agência foram mortos durante a guerra. Ele definiu as vítimas como “pessoas maravilhosas que dedicaram suas vidas às suas comunidades”. Lazzarini opinou, ainda, sobre a controvérsia relacionada ao número de mortos de civis informado pelo Ministério da Saúde, administrado pelo Hamas.

– No passado, nos cinco, seis ciclos de conflito na Faixa de Gaza, estes números foram considerados credíveis e ninguém nunca realmente contestou – disse ele aos jornalistas.

No dia 7 de outubro, multidões de homens armados do Hamas saíram de Gaza para Israel, matando 1.400 pessoas, a maioria civis, e raptando outras 224, segundo autoridades israelenses. Em ataques aéreos e de artilharia de retaliação, pelo menos 7.028 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, incluindo 2.913 crianças, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

As mortes em Gaza são as mais elevadas desde que Israel se retirou unilateralmente do território palestiniano em 2005.


Fonte: O GLOBO