Filha de Sharon Hayes, Brianna descobriu o caso ao enviar seu DNA para um site de testes genéticos e ancestrais

Uma mulher de Idaho, Estados Unidos, entrou com um processo contra o seu ex-médico de fertilização por secretamente usar seu próprio esperma para inseminá-la, há 34 anos. Sharon Hayes, 67, procurou obstetra e ginecologista David R. Claypool, em 1989, depois que ela e seu então marido não conseguiram ter filhos.

Sharon queria um doador anônimo e, de acordo com a denúncia apresentada na quarta-feira no Tribunal Superior do Condado de Spokane, Claypool informou que o doador seria selecionado com base nas características que ela selecionou. O médico cobrou US$ 100 em dinheiro para cada um dos vários tratamentos, com a alegação de que o valor seria para os estudantes de faculdade ou de medicina que estavam doando o esperma.

Mais de três décadas depois, a filha de Sharon, Brianna Hayes, decidiu enviar seu DNA ao site de testes genéticos e ancestrais 23andMe. Inicialmente, ela procurava informações genéticas para entender problemas de saúde familiares, incluindo um ataque de leucemia na infância. Com o resultado, ela descobriu que seu pai biológico era, na verdade, o próprio médico que inseminou a mãe.

- Tem sido uma crise de identidade, com certeza. Isso esteve escondido de mim durante toda a minha vida. Fiquei traumatizada por minha mãe, e o fato de ser produto de suas ações é desanimador, disse à Associated Press.

Brianna Hayes também viu que tinha, pelo menos, outros 16 meio-irmãos na região. Ao The Seattle Times, Claypool alegou que parou de praticar a profissão em 2005 e não tem conhecimento das acusações nem conhece Sharon Hayes. O seu advogado, Dalton Hayes, disse que o assunto estava em mediação.

À medida que os serviços de DNA online proliferaram, diferentes casos de “fraude na fertilidade” vieram à tona. Em 2022, uma matéria do New York Times dizia que mais de 50 médicos de fertilidade dos EUA foram acusados ​​de fraude relacionada à doação de esperma, e um documentário da Netflix se concentrava em um especialista de Indiana, que gerou secretamente pelo menos 94 filhos enquanto inseminava pacientes.

As alegações no processo de Sharon Hayes incluem fraude, falha na obtenção de consentimento e violação da lei estadual de proteção ao consumidor por “seu esquema de cobrar dinheiro por seu próprio esperma, enquanto ele representava que era o esperma de um doador”, disse RJ Ermola, advogado de Hayes.

Brianna Hayes afirma que a mãe tem lutado com a revelação, já que ela se sente culpada por colocá-la nesta situação.


Fonte: O GLOBO