Infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica e principal causa de morte por doença infecciosa no mundo
A pneumonia é uma infecção respiratória que afeta os pulmões, pode ser causada por bactérias, vírus e, em casos raros, por fungos, e acomete principalmente pessoas com doenças pulmonares, idosos com mais de 60 anos e crianças de até 5 anos. A doença não é transmissível e, se não tratada corretamente, pode levar à morte — é a principal causa de óbito por doença infecciosa no mundo.
Quais os sintomas da pneumonia?
As pneumonias bacteriana, viral e fúngica têm sintomas parecidos com a gripe e podem confundir o paciente:
- Catarro amarelado;
- Febre alta;
- Tosse;
- Falta de ar.
No caso de idosos, nem sempre há quadro de febre e, por isso, é recomendado levar ao hospital logo nas primeiras 24 horas de manifestação dos sintomas.
Sintomas da pneumonia bacteriana
Pessoas com pneumonia bacteriana têm uma progressão mais rápida da doença e início abrupto dos sintomas e, geralmente, sem nenhum sintoma respiratório anterior.
Sintomas da pneumonia bacteriana hospitalar
Já em infecção bacteriana hospitalar, há maior risco de morte, devido à baixa imunidade dos pacientes e à agressividade do agente infeccioso.
Sintomas da pneumonia viral
Por outro lado, a pneumonia viral geralmente surge associada a um quadro respiratório pré-existente, como congestão nasal, gripe e a Covid-19.
Sintomas da pneumonia fúngica
Já a pneumonia fúngica, muito rara, tem uma progressão mais lenta, sintomas arrastados e febre baixa.
Como é feito o diagnóstico de pneumonia?
A pneumologista Patricia Canto, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, afirma que a diferenciação é feita a partir do exame clínico e de imagem:
— O paciente não consegue saber qual tipo de pneumonia tem, vai precisar de uma avaliação diagnóstica. O que vai guiar o diagnóstico é o quadro clínico, a história da doença, o início dos sintomas, junto à imagem radiológica — explica.
O que causa a pneumonia?
As causas dependem do agente infeccioso associado. Em caso de pneumonia adquirida na comunidade, a pessoa entra em contato com bactérias comuns do seu cotidiano em casa mas, por alguma deficiência no sistema imunológico, pode desenvolver a doença.
Causas da pneumonia hospitalar
Já no caso hospitalar, é adquirida quando o paciente está internado, principalmente intubado, e contrai a doença por contato com bactérias presentes no hospital, mais agressivas e resistentes a antibióticos. Geralmente, são quadros mais letais.
Causas da pneumonia viral
O tipo viral é desenvolvido em decorrência de outras condições respiratórias que facilitam a entrada de agentes infecciosos que levam à pneumonia.
Causas da pneumonia fúngica
No caso fúngico, ocorre em contato com ambientes isolados, como cavernas, e dificilmente há casos em zonas urbanas.
Quem é mais propenso a ter pneumonia?
A infecção é mais recorrente em pacientes com doenças pulmonares, crianças com menos de 5 anos, idosos acima de 60 anos, diabéticos e imunodeprimidos, devido a deficiências no sistema imunológico. Fatores externos, como poluição e agravamento de doenças pré-existentes, também podem facilitar o desenvolvimento da pneumonia.
Como é a transmissão da pneumonia?
O coordenador do setor de broncoscopia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, Amir Szklo, desmistifica as formas de desenvolvimento da doença, que, apesar de acometer vias respiratórias, não é contagiosa:
— A pneumonia não pega. A segunda coisa é que não se trata de gripe mal cuidada que vira pneumonia. O que acontece é que o vírus abre caminho no sistema imunológico para que a bactéria comece a agir no organismo. Não é que a gripe foi mal curada — explica.
Quais as formas de tratamento da pneumonia?
Em quadros leves de pneumonias bacterianas, o paciente deve tomar antibiótico por sete dias. Nas fúngicas, devido à progressão mais lenta da doença, pacientes com sintomas leves tomam antifúngico por alguns meses. Entretanto, em qualquer quadro de falta de ar, deve ser internado para acompanhamento médico.
Tratamento da pneumonia hospitalar
Já no caso de pneumonias hospitalares, o médico vai administrar, geralmente de forma intravenosa, uma associação de antibióticos para combater bactérias mais resistentes.
Tratamento da pneumonia viral
No caso viral, normalmente é feito o tratamento dos sintomas apresentados para manter o paciente hidratado, controlado e com boa pressão arterial. De acordo com a avaliação médica, podem ser administrados alguns antivirais específicos.
O pneumologista Amir Szklo reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento eficiente e rápido:
— Em pneumonia bacteriana, quando se inicia o tratamento precoce com o antibiótico, aumenta muito a chance de cura e diminui o índice de mortalidade, principalmente em pneumonias hospitalares. Por isso, a nossa grande preocupação com a doença em pacientes internados.
Existe prevenção para a pneumonia?
Sim. Há duas vacinas contra a pneumonia, que integram o Plano Nacional de Imunizações: a Pneumocócica 23 valente e a Pneumocócica 13 valente. Elas são destinadas a pessoas com mais de 60 anos ou com doenças pulmonares. Segundo Amir Szklo, o ideal é tomar primeiro a 13 valente e, seis meses depois, a 23 valente.
Para a prevenção de casos virais, é importante tomar a vacina da gripe que, segundo o Ministério da Saúde, reduz em 45% as internações hospitalares e em 75% o risco de morte pela doença. A vacina contra a Covid-19 também ajuda a reduzir a incidência de pneumonia decorrente do novo coronavírus.
Entre os fatores externos, é recomendado:
- Evitar exagero no consumo de álcool e tabaco;
- Realizar a manutenção adequada no aparelho de ar-condicionado;
- E evitar exposição a mudanças bruscas de temperatura.
Fontes: Patricia Canto, pneumologista da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz; Amir Szklo, coordenador do setor de broncoscopia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ.
Fontes: Ministério da Saúde; Associação Nacional de Hospitais Privados; Centro de Referência em Atenção à Saúde da Universidade Federal da Paraíba; Pneumologista Patricia Canto, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz; Coordenador do setor de broncoscopia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, Amir Szklo
Fonte: O GLOBO
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