Lula afirmou que a ONU deveria convocar "alguma coisa especial" e que parece que Israel quer "ocupar a Faixa de Gaza" e "expulsar" os palestinos, e que não é "correto e justo"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira que a atitude de Israel com mulheres e crianças é "igual a terrorismo". Lula voltou a chamar os ataques do Hamas de terrorista, mas novamente criticou a resposta de Israel.

— É por isso que eu disse ontem [segunda-feira] que a atitude de Israel em relação às crianças e às mulheres é igual ao terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que está cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro que eu não posso matar as crianças porque eu quero matar os monstros. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças. É simples assim — afirmou durante sua live semanal.

Em seguida, o presidente afirmou que a ONU deveria convocar "alguma coisa especial" porque o conflito no Oriente Médio "do jeito que vai, não tem fim". O presidente afirmou ainda que parece que Israel quer "ocupar a Faixa de Gaza" e "expulsar" os palestinos, e que não é "correto e justo".

— É preciso que a ONU convoque alguma coisa especial, porque essa guerra do jeito que vai ela não tem fim. Estou percebendo que Israel parece que quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do estado Palestino para que eles possam viver em paz junto com o povo judeu.

Lula também disse que é "inadmissível" que não haja solução para o conflito entre Israel e Hamas e voltou a criticar o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.

— O Brasil vai continuar brigando pela paz. O Brasil na presidência do Conselho de Segurança da ONU fez um trabalho extraordinário. Produzimos uma nota que teve apoio de 12 países [...] Isso é incompreensível, por isso brigamos para mudar a ONU.

Crianças repatriadas brincam com servidores do Ministério da Saúde, em Brasília

Eleições na Argentina

Durante a live, Lula também falou sobre as eleições na Argentina, onde acontece o segundo turno no próximo domingo. Sem citar nominalmente nenhum dos dois candidatos, Sergio Massa e Javier Milei, o chefe de Estado brasileiro afirmou que é preciso ter um presidente "que goste de democracia", que "respeite as instituições" e "goste do Mercosul".

— Eu não posso falar de eleição na Argentina porque é um direito soberano do povo. Eu queria pedir para vocês que lembrem que o Brasil precisa da Argentina e que a Argentina precisa do Brasil. Dos empregos que o Brasil gera na Argentina e dos empregos que a Argentina gera no Brasil. Do fluxo comercial entre os dois países, e de quanto nós podemos crescer junto— afirmou.

Lula também defendeu a criação de um bloco regional:

— Hoje o mundo está divido em blocos. É o bloco europeu, o bloco asiático, precisamos criar o nosso bloco para negociar comercialmente com o resto do mundo. Poderemos fazer um acordo na América do Sul ou do Mercosul com a China, podemos fazer com a União Europeia, Estados Unidos.

Outras lives

Na semana passada, Lula afirmou que a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro e em São Paulo é para "definitivamente tirar o poder do crime organizado".

Lula ainda falou sobre o Minha Casa, Minha Vida e afirmou que precisou insistir no aumento de meta de entrega de casas, em 2009, para conseguir criar o programa. Lula fez sua live semanal junto com o ministro das Cidades, Jader Filho.

Lula cobrou, mais uma vez, a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida para abranger famílias de classe média. Anteriormente, a faixa de renda mencionada pelo chefe do executivo foi de até R$ 12 mil. Na live, o presidente pediu ao ministro Jader Filho atualizações sobre a discussão. O ministro afirmou que está tratando com a Caixa e Casa Civil sobre o assunto.

— Estamos em discussão neste momento, dentro do Ministério das Cidades. Estamos conversando com a Caixa e estamos discutindo com eles para a gente poder fazer uma faixa estendida até 12 mil. Estamos discutindo com a Casa Civil.


Fonte: O GLOBO