Compromisso tático de atacantes após sequência gera encaixe esperado ao longo da temporada

Tite conseguiu em seis jogos emplacar uma revolução tática tardia, tentada por seus dois antecessores, Sampaoli e Vitor Pereira. Está no ar a versão Flamengo dos "pontinhas". O novo técnico bancou a sequência de Everton Cebolinha e Luiz Araújo, que cresceram de produção no novo sistema.

Contra o Palmeiras, Araújo foi destaque nas estatísticas defensivas. Primeiro em ações do gênero, com quatro desarmes, líder em duelos ganhos pelo Flamengo e com alto índice de bolas recuperadas. O que potencializou as atuações de Arrascaeta e Pedro, com menor poder de combate.

Cebolinha, por sua vez, deu assistência para o gol do uruguaio e teve papel importante na recomposição, o que coloca pressão em Bruno Henrique, que estava suspenso e em tese retornaria para o clássico contra o Fluminense, neste sábado.

O Flamengo dos "pontinhas" naufragou desde o começo da temporada, com o fracasso de Marinho como opção pela direita. Sem Bruno Henrique, lesionado, Cebolinha também não conseguiu render e ostentou posição no banco. Com a chegada de Luiz Araújo, pedido por Sampaoli, a sequência não veio.

O argentino ficou marcado justamente por trocar a escalação a cada partida. O que confundia e tirava a confiança dos atletas. Tite, por outro lado, faz o oposto, estimula a meritocracia e retribui com chances e oportunidades em sequência quem rende e atende aos requisitos táticos exigidos.

Desde que o novo treinador chegou, Araújo foi usado em todas as partidas, a exceção da estreia diante do Cruzeiro. Nos últimos três jogos, foi titular. Pela falta de concorrência no setor, tem tudo para se firmar com Tite no atual esquema.

Cebolinha, por sua vez, atuou nos seis jogos com o técnico, mas foi titular nos dois últimos, já que Bruno Henrique estava suspenso, e diante do Grêmio, quando voltou a marcar um gol após quatro meses. Na ocasião BH entrou em seu lugar no fim da partida, contribuindo para virada do rival.

Para a reta final do Brasileiro, Tite parece ter encontrado a formação mais equilibrado. Agora, resta saber se vai ceder a uma suposta hierarquia e seguir priorizando os atletas com mais histórico no Flamengo, ou se vai virar a página em busca da tão esperada reformulação para 2024.


Fonte: O GLOBO