Expectativa é de que as primeiras trocas de reféns capturados pelo grupo terrorista por presos palestinos aconteça de imediato, após pausa no conflito

O escritório político do Hamas anunciou, nesta quarta-feira, que o cessar-fogo temporário negociado com Israel, anunciado ontem, começará a valer a partir das 10h (05h em Brasília) de quinta-feira. A expectativa é de que as primeiras trocas de reféns capturados pelo grupo terrorista por presos palestinos aconteça de imediato, após a pausa dos bombardeios.

Direto ao ponto: o que diz o acordo de trégua entre Israel e Hamas
  • O Hamas aceitou liberar 50 reféns capturados no ataque de 7 de outubro, em troca de 150 prisioneiros palestinos;
  • Israel informou que os reféns liberados são 30 menores de idade e 20 mulheres, incluindo oito mães;
  • Governo israelense publicou lista com o nome de 300 prisioneiros que teriam sido considerados aptos para a troca com o Hamas;
  • Transferência, que deve acontecer em cinco etapas, deve começar a partir de quinta-feira, quando terá início a trégua acordada entre os lados do conflito.
Israel continuou com a operação militar terrestre na manhã desta quarta-feira, um dia após o anúncio do acordo, enquanto o Hamas fez novos disparos contra o território israelense, fazendo o alerta de ataque aéreo disparar em localidades como Sderot, na fronteira da Faixa de Gaza. Espera-se que os dois lados respeitem a trégua para que a troca de civis seja concluída dentro do prazo de quatro dias.

Em entrevista à Rádio do Exército israelense, o ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen, disse esperar que os primeiros reféns sejam liberados ainda na quinta-feira, mas se negou a confirmar a informação de que o processo começaria no horário indicado pelo Hamas.

O governo de Israel já se prepara para a troca. Uma lista com o nome de 300 prisioneiros palestinos foi apresentada pelo Ministério da Justiça, para que a população tome conhecimento e possa contestar a liberação de algum deles, inicialmente considerados aptos pelas autoridades a serem usados como moeda de troca. Foram excluídos da lista presos por homicídio.

Entenda a operação de cessar-fogo:

Troca de prisioneiros por reféns

O principal aspecto do acordo entre Israel e Hamas, mediado pelo Catar, foi a liberação imediata de reféns capturados pelo grupo terrorista no ataque de 7 de outubro. Os termos aceitos pelos dois lados do conflito impõem que o Hamas deve liberar 50 reféns, em troca de 150 presos palestinos.

Quem são os reféns e os prisioneiros envolvidos na troca?

Hamas e Israel afirmaram que apenas mulheres e menores de idade serão incluídos na troca, negando-se a negociar a soltura de militares e combatentes inimigos. De acordo com um comunicado emitido pelo governo israelense, 30 menores de idade e 20 mulheres (oito delas, mães) serão liberados pelo grupo terrorista.

Em contrapartida, o Ministério da Justiça de Israel divulgou uma lista com os nomes de 300 prisioneiros palestinos detidos no país para uma espécie de consulta pública, a fim de ouvir a população sobre impedimentos a liberação deles. Os 150 primeiros presos liberados devem sair desta lista, após as contestações.

Prazo da trégua

O acordo prevê, inicialmente, um cessar-fogo de quatro dias em Gaza. Apesar disso, os termos incluem um gatilho para que seja concedido mais um dia de trégua a cada 10 reféns extras liberados pelo Hamas (Israel calcula que aproximadamente 240 pessoas foram capturadas pelo grupo terrorista).

Segundo informações do jornal israelense Haaretz, pelo lado de Israel, a junta formada pelo premier Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o general Benny Gantz, terá palavra final sobre a retomada do conflito ou manutenção da trégua, desde que não ultrapasse o limite de 10 dias seguidos de pausa.

Como será a liberação dos reféns?

De acordo com o Channel 12, o processo para a liberação e transferência dos reféns será dividido em cinco etapas. Na primeira, o Hamas entregará os reféns à Cruz Vermelha, que, por sua vez, os transferirá para representantes das Forças Armadas Israel. 

Após uma verificação médica inicial, na terceira etapa do processo, eles serão levados a centros médicos isolados em Israel para se reunirem com suas famílias. Na fase quatro da operação, autoridades médicas e de defesa decidirão se alguns podem ser interrogados. A última etapa envolverá o interrogatório dos reféns por autoridades de segurança.

Seis centros de saúde em Israel foram preparados para receber os reféns liberados, informou o Hareetz, citando o Ministério da Saúde israelense. Esses hospitais incluem o Centro Médico Sheba, em Tel Hashomer, o Centro Médico Shamir, os Hospitais Wolfson, Soroka e Ichilov, além do Centro Médico Schneider para Crianças.


Fonte: O GLOBO