Joseph Emerson, de 44 anos, enfrenta 83 acusações de tentativa de homicídio; ele afirma que esperava 'acordar' se o avião da Air Alaska se encaminhasse para um acidente

O piloto que tentou desligar o combustível dos motores de um jato da Alaska Airlines em outubro afirmou, nesta sexta-feira, que "não tinha a intenção de ferir ninguém", e que tentava sair de uma alucinação após ingerir cogumelos. Ao New York Times, Joseph Emerson, de 44 anos, disse ter pensado que ação faria a aeronave "se encaminhar para um acidente", e que a situação faria com que ele "acordasse".

— Eu pensei que isso pararia os dois motores, o avião começaria a se encaminhar para um acidente, e eu acordaria — afirmou Joseph Emerson, de 44 anos, ao New York Times.

Emerson, que se declarou inocente das 83 acusações de tentativa de homicídio dos passageiros e tripulação do avião, disse que havia consumido cogumelos psicodélicos dois dias antes para "comemorar a morte de seu melhor amigo". No entanto, as drogas, segundo ele, o mergulharam no luto e o alertaram sobre sua frágil saúde mental.

Após o avião fazer um pouso de emergência em Oregon, nos Estados Unidos, o piloto disse à polícia que teve "um colapso nervoso", não havia dormido por 40 horas e lutava contra a depressão por meses. De acordo com um depoimento, Emerson teria alertado uma comissária de bordo, afirmando que ela precisava algemá-lo, ou algo ruim aconteceria.

Ainda conforme o New York Times, quando o avião estava caindo, Emerson teria tentado abrir uma saída de emergência pensando que, se pulasse, acordaria. Ao veículo, o piloto disse ter ficado "horrorizado" por pensar que essas ações colocaram ele e outras pessoas em risco. Ele declarou, ainda, que a tripulação "enfrentou uma situação para qual não existe manual ou procedimento escrito".

— Não sei se algum dia vou pilotar um avião de novo. Realmente não sei — disse ele, pontuando que não havia lidado adequadamente com problemas de saúde mental por medo de perder a licença de piloto. Após ingerir os alucinógenos, ele afirmou ter ficado "sobrecarregado com a paranoia, alucinações e ansiedades sobre traumas ou vergonhas passadas". — Eu pensei: 'Estou morto? Isso é o inferno?' — continuou.


Fonte: GLOBO