'Esperem a gente chegar', disse Marcelo Aravena, da La 12, em áudio enviado à TV argentina; fãs dos dois times que estão na final da Libertadores brigaram nesta quinta-feira, no Rio

A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou, nesta sexta-feira, que seus agentes estão preparados para chegada da torcida do Boca Juniors, clube que disputa no sábado a final da Libertadores contra o Fluminense, no Maracanã. Na quinta-feira, brigas entre torcedores das duas equipes foram registradas na cidade, uma delas em frente a "FanZone" da Conmebol, em Copacabana. Após esses confrontos, líderes dos barra bravas dos xeneizes ameaçaram os tricolores.

"Que esperem a gente chegar, e que os do Fluminense venham nos procurar, que nós três (Marcelo Aravena, Mauro Martin e Rafael Di Zeo) vamos para a frente da torcida e do nosso povo, vamos defender toda a nossa gente do Boca, mas que os do Fluminense venham nos procurar. Quando chegarmos, que venham, eles são obrigados a brigar com a torcida organizada do Boca, torcida organizada com torcida organizada, que não briguem com o povo, que briguem com a torcida organizada do Boca", afirmou Aravena, em áudio enviado à imprensa argentina nesta quinta-feira.

Questionada pelo GLOBO, a Polícia Militar afirmou que "o policiamento está preparado para a chegada dos torcedores e para o jogo que acontece amanhã, no Maracanã".

Dois confrontos entre torcedores brasileiros e argentinos aconteceram nesta quinta-feira. No primeiro deles, apoiadores do Boca Juniors e do Fluminense se enfrentaram em frente a "FanZone" da Conmebol. A Polícia Militar precisou intervir com balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os envolvidos. Três pessoas foram levadas para a delegacia de Copacabana, entre elas um torcedor argentino que arremessou uma garrafa de cerveja em um Policial Militar.

Mais tarde, pelo menos seis torcedores do Boca foram conduzidos pela Polícia Militar à 12ª DP (Copacabana) e à 13ª DP (Ipanema) para prestar esclarecimentos, após um tumulto em frente ao quiosque Buenos Aires, reduto de argentinos na praia de Copacabana.

Durante a confusão, a PM usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Quatro pessoas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Siqueira Campos, também em Copacabana, com reações ao gás.

A final da Libertadores acontece neste sábado e os torcedores do Boca Juniors devem se reunir no espaço do Sambódromo, segundo anunciou o prefeito Eduardo Paes, na terça-feira. Enquanto a imprensa argentina fala em até 150 mil torcedores, as estimativas do Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios), da PMERJ, apontam para 50 mil.

A Conmebol se manifestou nas redes sociais após o episódio. Leia abaixo a nota:

"A CONMEBOL faz um chamado aos torcedores do Boca Juniors e do Fluminense FC a compartilharem juntos momentos de alegria e celebração que o nosso futebol nos proporciona. Os valores do esporte que tanto amamos devem inspirar um comportamento pacífico e harmonioso. Portanto, repudiamos quaisquer atos de violência e racismo que possam ocorrer no contexto desta final", publicou a entidade.


Fonte: O GLOBO