Vibra, distribuidora dos postos com a marca Petrobras, terá unidades entre Rio e Bahia. Carga completa levará de 20 a 30 minutos e poderá custar de R$ 100 a R$ 225

A Vibra, dona da rede de postos de combustível com a marca Petrobras, inaugura nesta quarta-feira, no Rio, mais um “eletroposto”, como são conhecidas as unidades que têm pontos de recarga para carros elétricos.

A estrutura será instalada no posto BR da Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, Zona Sul da cidade. A carga total nos veículos deverá levar de 20 a 30 minutos, a um preço entre R$ 100 e R$ 225, variando conforme a capacidade da bateria do veículo, informou a empresa.

O posto na Lagoa é um dos oito eletropostos que serão inaugurados pela Vibra até o fim deste mês, em cidades do Rio, Espírito Santo, Minas e Bahia. Serão 15 postos do tipo até o fim deste ano. A eletrificação faz parte de uma estratégia de investir na formação de uma “rede de recarga elétrica rodoviária”. Os 15 postos vão cobrir 2 mil quilômetros pelas estradas do país.

Segundo Clarissa Sadock, vice-presidente de energia renovável e ESG da Vibra, a meta é chegar até 2025 a 70 postos com pontos de recarga, formando uma rede de 9 mil quilômetros pelas rodovias, passando por sete estados. Dos 70 postos, 50 ficarão nas estradas e 20, nos centros urbanos.

Clarissa Sadock, vice-presidente da Vibra, diz que empresa quer ter a maior rede de recarga elétrica para carros no país — Foto: Divulgação/Vibra/Selmy Yassuda

– Como a maior distribuidora de combustíveis, queremos ter também a maior rede de recarga elétrica – afirmou Clarissa.

A Vibra não informa o total do investimento na eletrificação dos postos. A companhia fornece os pontos de recarga, mas o investimento fica a cargo dos donos de postos de sua rede.

25% da rede com pontos de recarga até 2030

Embora as vendas de carros elétricos venham crescendo rapidamente e a chinesa BYD tenha anunciado investimentos bilionários no país, a infraestrutura de recarga ainda é considerada um entrave. Um estudo do Boston Consulting Group estimou em R$ 14 bilhões a necessidade de investimentos em infraestrutura de carregamento no Brasil até 2035.

No longo prazo, até 2030, a meta da Vibra é oferecer pontos de recarga para carros elétricos em 25% dos postos. A rede com a marca Petrobras tem cerca de 8 mil pontos de venda – a Vibra é o novo nome da BR Distribuidora, subsidiária vendida na Bolsa pela Petrobras; com a saída da estatal, a empresa, que não tem um controlador definido, mudou de nome.

Segundo Clarissa, a eletrificação começa pelos postos na beira das estradas porque a companhia entende que aí está o principal gargalo da infraestrutura de recarga dos carros elétricos, mas isso não significa deixar de lado outros modelos de infraestrutura de recarga, como os pontos em shopping centers, estacionamentos, edifícios comerciais ou condomínios residenciais.

A Vibra é sócia da startup EZVolt, que oferece o serviço de instalações de pontos nesses locais e também para empresas que estão investindo na eletrificação de suas frotas próprias – para elas, faz sentido ter o próprio ponto de recarga. Assim, a Vibra também quer oferecer esses serviços para seus clientes corporativos – a distribuidora vende combustíveis para cerca de 20 mil empresas, de indústrias a companhias aéreas.

Postos de gasolina desaparecerão? Empresa vê frota diversificada

A aposta na eletrificação tampouco significa que a Vibra vislumbre um mundo apenas com veículos elétricos, em que o negócio de distribuição de combustíveis e de postos de gasolina desapareça. Essa ameaça foi citada pelos principais acionistas da Eneva, produtora de gás e dona de usinas de geração térmica, para defender uma proposta de fusão com a Vibra.

Ressaltando que não poderia comentar a proposta da Eneva e que o plano de investimentos da Vibra segue independentemente disso, Clarissa destacou que a tendência é que haja um mix variado de veículos:

– Não vejo uma mudança de 100% da frota, mas uma diversificação da forma como os veículos são movimentados. Como uma distribuidora de energia, o que queremos é ter o leque de soluções, que possamos entregar a energia que o cliente busca.


Fonte: O GLOBO