Para presidente da CNI, Brasil deve aproveitar suas vantagens competitivas para buscar seu papel na reorganização das cadeias globais
Começa hoje, no Rio, a agenda de eventos preparatórios e paralelos da presidência do Brasil no G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. O principal evento será a reunião de cúpula de líderes de estado, marcada para novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM).
O primeiro passo da agenda carioca dos eventos diplomáticos é o evento de abertura de um dos principais grupos de engajamento do G20, o Negócios 20 (B20, na sigla em inglês), fórum que reúne representantes de empresas dos 20 países mais ricos do mundo.
Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), representante do B20 no Brasil, o evento ocorre nesta segunda-feira, na sede da Firjan, no Centro da cidade.
O representante do B20 no Brasil é Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da fabricante de autopeças Ioschpe-Maxion. Nesta segunda, estão previstas as participações de executivos como os presidentes da fabricante de celulose Suzano, Walter Schalka, da distribuidora de combustíveis Raízen, Ricardo Mussa, e do frigorífico JBS, Gilberto Tomazoni.
Haverá palestras do presidente da consultoria Eurasia, Ian Bremmer, e do presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende. O vice-presidente Geraldo Alckmin é aguardado para a abertura do evento
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, a adesão da agenda do setor privado às discussões diplomáticas em torno do G20 são uma oportunidade.
- Temos toda essa movimentação das cadeiras globais de valores, um conceito que envolve a geopolítica, que tem dado ao Brasil uma grande oportunidade para fazermos a tão desejada neoindustrialização, acoplada agora a esse plano de ação para a nova indústria - afirmou ele.
- Neste momento, podemos ter aquelas contribuições junto com os países das 20 maiores economias, alinhadas a uma nova perspectiva que também está claramente definida pelo G20.
Neste sentido, ele enxerga uma grande oportunidade para o Brasil:
- Podemos, sim, juntar as grandes vantagens competitivas que o Brasil possui hoje, quer seja com o friendshoring, que é transferir cadeias de fornecedores para um país amigo, quer seja no aspecto do nearshoring, para países próximos, quer seja o powershoring (transferir as cadeias de produção para países com matriz energética sustentável ou abundante). Somos uma grande potência da descarbonização, nas energias renováveis - disse Alban, pouco antes do início do evento na sede da Firjan.
Fonte: O GLOBO
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