Ex-governadora e seus aliados tentam enquadrar a disputa como um confronto direto com Donald Trump, ainda que pesquisas recentes a coloquem em desvantagem

Era tarde de domingo quando a republicana Nikki Haley entrou num restaurante de frutos do mar em New Hampshire, nos Estados Unidos, com uma novidade para a multidão: Ron DeSantis, o governador da Flórida, não estava mais concorrendo à presidência. Ao anunciar a notícia para a multidão, a ex-governadora da Carolina do Sul recebeu aplausos de dezenas de pessoas e parabenizou DeSantis.

— Ele fez uma ótima corrida, tem sido um bom governador e desejamos a ele o melhor. Dito isso, agora é só um homem e uma mulher — continuou ela, levantando dois dedos e recebendo mais aplausos. — Por enquanto, vou deixar vocês com isso: que vença a melhor mulher.

Mesmo terminando em terceiro nas primárias de Iowa, Haley e seus aliados sempre tentaram enquadrar a corrida presidencial como sendo entre ela mesma e o ex-presidente Donald Trump. Com DeSantis fora da disputa, esse argumento tornou-se mais relevante — embora as médias recentes das pesquisas a coloquem 15 pontos percentuais atrás de Trump em New Hampshire.

Em comunicado emitido por sua campanha, a ex-governadora observou que “apenas um estado votou” e que “metade dos votos foram para Donald Trump”, mas “metade não foram”. O republicano recebeu 51% dos votos nas primárias de Iowa. “Os eleitores merecem ter uma palavra a dizer sobre se seguimos o caminho de Trump e Biden novamente, ou se seguimos um novo caminho conservador”, continuou.

Haley também se comprometeu a permanecer na corrida até as primárias da Carolina do Sul e a Super Terça, em 5 de março, independentemente do que aconteça nas primárias de New Hampshire nesta terça-feira. E, em vez de fazer discursos (como fez em ocasiões recentes), ela decidiu tirar selfies e conversar individualmente com seus apoiadores. Depois, em entrevista à CNN, intensificou seus ataques contra Trump.

— Se algum deles fosse bom, eu não estaria concorrendo — disse ela, também criticando o presidente Biden. Nos últimos dias, Haley afirmou que ambos eram “igualmente ruins” para o país. Também à emissora, ela disse que DeSantis, que endossou Trump em seu anúncio de desistência da corrida eleitoral, não havia ligado para informar sobre sua saída.


Fonte: O GLOBO