Mecanismo promete R$ 27 bilhões só do Banco Interamericano de Desenvolvimento, além de R$ 5 bi do Banco Mundial
Conversei agora cedo com o Ilan Goldfajn, presidente do BID, que me explicou em detalhes como vai funcionar. São dois mecanismos: R$ 17 bilhões para um e R$ 10 bilhões para outro.
Para investimento de longo prazo há um risco muito grande das mudanças do câmbio e os bancos oferecem o seguro chamado swap cambial de curto prazo. O mecanismo que está sendo desenvolvido agora no Brasil e oferecido pelo BID funciona assim: o Banco Interamericano capta no exterior o swap cambial, um seguro contra oscilação cambial. Como o banco é risco baixo, é um triplo A, o custo desse produto financeiro é baixo.
Isso é passado para o Banco Central do Brasil, que repassa para os bancos nacionais e eles oferecerem esse produto às empresas que querem investir. O resultado é garantir contra as oscilações cambiais de longo prazo. Para este produto, o BID pode investir US$ 3,4 bi, ou 17 bilhões de reais.
A outra oferta é uma espécie de empréstimo de liquidez para as empresas em momentos de muita oscilação de curto prazo. Para este mecanismo, são US$ 2 bi, em torno de R$ 10 bilhões. O Banco Mundial também gostou desse produto e colocou mais US$ 1 bilhão de dólares, ou R$ 5 bilhões.
Ou seja, tem dinheiro dos bancos internacionais multilaterais para garantir investimentos na área ambiental brasileira. E tudo isso foi desenvolvido pelo Ministério da Fazenda em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente no Brasil.
- Se der certo no Brasil, isto explode no mundo - afirma Ilan sobre o sucesso do projeto.
É muito interessante esse momento em que os ministérios do Meio Ambiente e da Fazenda trabalham juntos para transformar sonhos e convicção da necessidade de preservação do meio ambiente na criação de mecanismos financeiros. Que transformem projetos em fatos. E é isso que aconteceu com o lançamento do Eco Invest Brasil. Tudo surge da cooperação entre Ministério da Fazenda com o Ministério do Meio Ambiente. Esses investimentos são para a sustentabilidade ambiental, reduzir as emissões de gases de efeito estufa no processo econômico e produtivo.
O ministro Fernando Haddad já vinha falando que estava sendo criado um mecanismo de proteção cambial para evitar oscilações e dar garantia ao investidor. Durante esse tempo foi negociado, conversado com outras equipes técnicas e desenvolvido desenvolvido esse mecanismo.
Um fato importante foi salientado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Que nada será usado das reservas cambiais. Todo o dinheiro é originário das organizações multilaterais, que vêm de bancos internacionais para bancos brasileiros para os clientes passando pelo Banco Central.
Fonte: O GLOBO
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