O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, avalia que a o “alto risco” associado não impede a exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas.
Para isso, porém, é necessário medidas “severas” de mitigação, disse o auxiliar da ministra Marina Siva. Essa região faz parte de uma área maior, chamada de Margem Equatorial, nova fronteira que a Petrobras tenta explorar.
— A atividade de perfuração ter um alto risco não quer dizer que não possa acontecer, mas as medidas de mitigação precisam ser severas. O Ibama verifica se as condições da Petrobras são suficientes para operação com risco controlado. É uma região nova, sem dados acumulados, leva tempo – disse Capobianco ao GLOBO.
O Ibama ainda analisa um recurso da Petrobras para permitir a perfuração de um bloco na área.
Petrobras já preparava um aerodromo no Oiapoque como base de apoio para a exploração na foz do Amazonas — Foto: Divulgação
Para explorar reservas da chamada Margem Equatorial, a Petrobras quer perfurar poços em um bloco a cerca de 160 quilômetros da costa do Oiapoque (AP) e a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas com o objetivo de comprovar a viabilidade econômica da produção de petróleo na região.
Essa região é considerada uma nova fronteira do petróleo com potencial parecido com o pré-sal. Há uma grande expectativa de petróleo nessa região por conta das descobertas nos vizinhos Suriname e Guiana. O plano, no entanto, sofre oposição de ambientalistas por causa do risco ao meio ambiente.
O órgão ambiental não dá prazo para finalizar a avaliação, que se arrasta desde maio do ano passado, quando a autoridade ambiental fez a primeira negativa à estatal e cobrou mais dados para a perfuração da área.
O ministério do Meio Ambiente também vem pressionando outras áreas do governo para que sejam estabelecidos limites à exploração de petróleo no país, no longo prazo. As metas poderiam ser traçadas conforme o avanço de energias renováveis e a capacidade do país em utilizá-las em diferentes áreas.
— Um planejamento e metas teriam que ser estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética. A ministra Marina (Marina Silva, ministra do Meio Ambiente) vem pedindo isso. Quanto mais o Brasil avançar em energias renováveis, naturalmente vai diminuindo a presença do combustível fóssil. Se eu tenho um horizonte, eu vou trabalhar para ir antecipando isso dentro das minhas condições — afirmou o secretário.
Fonte: O GLOBO
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