Os três municípios são os únicos em que mais da metade da população mora em apartamentos, mostram dados do Censo 2022

Pela primeira vez na história, três cidades brasileiras têm mais da metade de sua população morando em apartamentos. É o que mostram os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. Em Santos (SP), 63% dos moradores residem em prédios. Em Balneário Camboriú (SC), esse percentual é de 57%. Já em São Caetano do Sul, a proporção é de 50,7%.

Outras cidades também passam pelo processo de verticalização e já têm quase metade ou mais de um terço de sua população morando em apartamentos.

É o caso de Vitória (ES), com 45%; Porto Alegre (RS), com 42%; Viçosa (MG), com 41%; São José (SC), com 41%, Niterói (RJ), com 40% e Itapema (SC) e Florianópolis (SC), ambas com 38%.

Ainda no ranking das 15 cidades "mais verticais" estão Vila Velha (ES), com 37,8%; João Pessoa (PB), com 37,5%, Rio de Janeiro (RJ), com 36%, Valparaíso de Goiás (GO), com 35% e Belo Horizonte (MG), com 34,5%.

As 15 cidades mais 'verticais' do país

  • Santos (SP): 63,45%
  • Balneário Camboriú (SC): 57,22%
  • São Caetano do Sul (SP): 50,77%
  • Vitória (ES): 45,4%
  • Porto Alegre (RS): 42,36%
  • Viçosa (MG); 41,68%
  • São José (SC): 41,05%
  • Niterói (RJ): 40,2%
  • Itapema (SC): 38,76%
  • Florianópolis (SC): 38,64%
  • Vila Velha (ES): 37,89%
  • João Pessoa (PB): 37,48%
  • Rio de Janeiro (RJ): 36,03%
  • Valparaíso de Goiás (GO): 35,06%
  • Belo Horizonte (MG): 34,96%
Adensamento explica 'verticalização'

O aumento de moradores em apartamentos é uma tendência que tem atravessado o país nas últimas duas décadas e faz parte de um fenômeno global. O adensamento urbano, ou seja, aumento da população nas grandes cidades, favorece o processo de verticalização.

Hoje, 12,5% dos brasileiros moram em apartamentos, segundo os dados mais recentes de 2022. Em 2010, doze anos antes, esse percentual correspondia a 8,46% da população. Já a proporção de moradores em casas caiu de 89,4%, segundo o Censo 2010, para 84,78%, conforme o Censo 2022.

Segundo Bruno Perez, técnico da área de coordenação de população e indicadores sociais do IBGE, os três municípios que tem mais da metade dos moradores residindo em apartamentos já haviam registrado expansão semelhante no Censo de 2010.

E há certas particularidades que explicam percentuais tão elevados de pessoas morando em prédios:

— Santos fica situado na ilha do município de São Vicente, e a área continental não é muito urbanizável, e já se esgotou o espaço de crescimento. Já São Caetano do Sul é uma área relativamente pequena, mas muito inserida na dinâmica (da cidade) de São Paulo. Inclusive, está mais próximo ao centro de SP do que muitos bairros do município. E, assim como as principais áreas, lida com o adensamento e verticalização elevada — explica Perez.

Boom imobiliário em cidades do litoral de SC

Já a cidade de Balneário Camboriú foge um pouco à regra das demais cidades que sofrem o processo de verticalização. Apesar de não estar inserida em uma região metropolitana, Balneário é um destino turístico e valorizado na região, lembra o técnico do IBGE. Outros municípios no litoral de Santa Catarina também vivem um boom imobiliário.


Fonte: O GLOBO