Sarrubbo comandará uma das áreas mais sensíveis do governo Lula; petista enfrentou críticas por altos índices de violência no país no último ano

Ex-procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo foi nomeado nesta terça-feira como novo Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua ida para a pasta comandada por Ricardo Lewandowski já havia sido anunciada e foi oficializada em edição do Diário Oficial da União.

Sarrubbo assume o comando da secretaria em meio a indicadores preocupantes de violência no país. Como mostrou a colunista do GLOBO Vera Magalhães, a prioridade do procurador no cargo será promover a integração entre as polícias Federal e as estaduais, e entre as polícias e os Ministérios Públicos, como forma de acabar com a compartimentação de ações, dados e investigações. O método de trabalho já foi adotado no MP-SP nas ações do Gaeco, o grupo especial de repressão ao crime organizado que foi uma das razões para o convite a Sarrubbo.

Ao assumir o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública no começo de fevereiro, Lewandowski tratou a segurança pública como prioridade e afirmou que o combate ao crime demanda mais do que "enérgica repressão policial". O ministro afirmou ainda que tem a "obrigação" de dedicar atenção à segurança pública.

O governo Lula enfrentou críticas ao longo do primeiro ano pelos altos índices de violência registrado em estados como o Rio de Janeiro e a Bahia e a área acabou se tornando um ponto delicado da gestão.

Currículo

Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Direito pela PUC-SP, Sarrubbo passou por uma série de cargos dentro do Ministério Público de São Paulo desde 1989, quando ingressou no órgão. No período, ele foi subprocurador-geral de Justiça de Políticas Criminais e Institucionais, além de atuar como professor da Escola Superior do MP-SP e do MP do Mato Grosso.

Depois de uma extensa carreira em diversas esferas do MP, Sarrubbo foi indicado para a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo em 2020, pelo então governador João Doria. Ele entrou na disputa como candidato de situação e teve apoio da equipe que estava à frente da gestão, de Gianpaolo Smanio. Na disputa, porém, foi o segundo mais votado entre os dois postulantes, com 657 votos. Dois anos depois, ele foi reconduzido ao cargo pelo ex-governador Rodrigo Garcia, dessa vez, liderando a lista tríplice apresentada ao chefe do Executivo estadual pela categoria.

Indicação

A escolha de Sarrubbo atende a uma sugestão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de ocupar uma cadeira na Corte, o magistrado comandou a Justiça durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e secretário de Segurança Pública de São Paulo durante gestão de Geraldo Alckmin no estado.

Segundo a colunista do GLOBO Malu Gaspar, a escolha para a Secretaria de Segurança Pública foi sacramentada em um jantar em São Paulo entre Lewandowski e Moraes. O ministro do STF defendeu o nome pelo histórico de Sarrubbo no enfrentamento de facções criminosas no estado, o que poderia ajudar o governo Lula em uma das áreas mais sensíveis para o eleitorado do petista.


Fonte: O GLOBO