Um magnata vietnamita do setor imobiliário de luxo foi condenado a oito anos de prisão, informou a mídia estatal nesta quarta-feira, depois de ele ter sido acusado de enganar milhares de investidores em um esquema fraudulento de títulos. O golpe gerou prejuízo estimado em US$ 355 milhões (equivalente a R$ 1,7 bilhão, na cotação atual).
É o caso mais recente de uma ampla investigação anticorrupção que tem como alvo líderes empresariais de alto nível no país asiático. Mais de quatro mil pessoas, incluindo funcionários e figuras empresariais sêniores, foram indiciadas em quase dois mil casos desde 2021.
O Tribunal Popular de Hanói condenou Do Anh Dung, chefe do grupo Tan Hoang Minh, especializado em escritórios e apartamentos de luxo, a oito anos de prisão por fraude, segundo o site de notícias Tuoi Tre.
O filho de Dung, Do Hoang Viet, também foi condenado a três anos de prisão, enquanto outros 13 réus foram condenados a penas de até dois anos e meio.
Dung e os outros réus foram acusados de adquirir ilegalmente US$ 355 milhões em uma venda de títulos a 6.630 investidores.
"O júri avaliou que os crimes dos réus eram particularmente graves, infringindo diretamente os direitos de propriedade de outras pessoas", segundo o Tuoi Tre.
De acordo com relatos anteriores da comunicação social estatal, em janeiro de 2022, o grupo Tan Hoang Minh lidava com dívidas de cerca de US$ 810 milhões decorrentes do impacto da pandemia de Covid-19 em seus projetos.
Os réus venderam títulos para levantar capital, prometendo altos retornos aos investidores, mas desviaram a quantia arrecada, informou a mídia estatal. Dung e seu filho já reembolsaram os US$ 355 milhões.
O veredicto surge no mesmo momento em que o maior caso de fraude da História do país. Truong My Lan, presidente do grupo de desenvolvimento imobiliário Van Thinh Phat, juntamente com outros 85 réus, está em julgamento na cidade de Ho Chi Minh, sob acusação de desviar US$ 12,5 bilhões.
Os promotores vietnamitas pediram que a empresária seja condenada à pena de morte. O julgamento está previsto para terminar no final de abril.
Fonte: O GLOBO
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