EUA acusam Moscou de estar desenvolvendo equipamento capaz de ameaçar telecomunicações e segurança internacional
De acordo com fontes americanas, o objetivo russo seria desenvolver uma arma conhecida como PEM nuclear, ou seja, um equipamento capaz de gerar, a partir de energia nuclear, um pulso eletromagnético com partículas capazes de atravessar o espaço e destruir satélites que orbitam a Terra. Oficialmente, a Rússia não fala no desenvolvimento de nenhum armamento, mas os Washington afirma que o plano é de conhecimento dos setores de inteligência, que as pretensões são conhecidas a anos e que ganharam impulso nas últimas semanas.
Uma vez que a arma ainda estaria em fase de desenvolvimento e não foi testada, segundo os EUA, a capacidade real de impacto também é desconhecida. Os alvos mais prováveis seriam satélites que estão na órbita baixa do planeta, como os voltados para comunicações civis. O risco para satélites em órbitas mais altas, como os que operam sistemas de GPS e os sistemas nucleares americanos, seriam alvos mais difíceis, mas não impenetráveis, segundo fontes do Pentágono ouvidas pela CNN.
— Nosso conhecimento geral da busca russa por esse tipo de capacidade remonta a muitos, muitos meses, senão a alguns anos — disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby,em fevereiro. — Mas só nas últimas semanas é que a comunidade de inteligência foi capaz de avaliar com um maior sentimento de confiança exatamente como a Rússia continua a persegui-lo.
Na quinta-feira, Putin não falou sobre armas. Na reunião com a cúpula do governo, ele afirmou que injetaria recursos para financiar o projeto de um reator nuclear espacial. Uma semana antes, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, confirmou que Rússia e China estão trabalham em conjunto para construir um reator nuclear na Lua, prevendo a instalação para "algum momento entre 2033 e 2035".
O presidente russo, Vladimir Putin, durante cerimônia de lançamento de usina nuclear em Leningrado — Foto: Mikhail Metzel / POOL / AFP
Apesar disso, alguns movimentos de Moscou inflamam a preocupação americana. Em novembro, Putin assinou uma lei revogando a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares. Às vésperas da eleição presidencial, ele afirmou que as armas nucleares do país são mais modernas e avançadas que as dos EUA, e destacou que seu arsenal sempre está "preparado".
— Nossa tríade, a tríade nuclear, é mais moderna que qualquer outra tríade. Apenas nós e os americanos temos estas tríades. E nós avançamos muito mais aqui — afirmou Putin, em referência às três formas de lançar armas nucleares: por terra, mar e ar.
O líder russo também elevou o tom após forças ocidentais sinalizarem que poderiam assumir um papel mais direto na guerra da Ucrânia, confrontando os interesses russos. Ele disse que os aliados da Otan "devem entender que tudo isso ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, a destruição da civilização".
— Também temos armas que podem atingir alvos no território deles — disse Putin. — Eles não entendem isso?
Fonte: O GLOBO
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