Fenômeno deixou mais de 700 pessoas feridas e gerou alertas de tsunami na costa leste da Ásia

Um terremoto potente com magnitude superior a 7 graus deixou pelo menos nove mortos e centenas de feridos em Taiwan, provocou danos em vários edifícios e gerou alertas de tsunami na costa leste da Ásia. Os informes foram suspensos após algumas horas de tensão na região.

As autoridades taiwanesas afirmaram que o terremoto e os tremores secundários foram os mais intensos na ilha em 25 anos. Também alertaram que outros sismos podem acontecer nos próximos dias.

Sete mortes aconteceram no condado de Hualien, o ponto mais próximo ao epicentro do terremoto. Na manhã desta quarta-feira, as autoridades confirmaram outras duas mortes, segundo a BBC. O Corpo de Bombeiros informou que mais de 730 pessoas ficaram feridas, sem especificar a gravidade.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram a força do abalo. Num deles, gravado em Taipei, a água da piscina de uma cobertura de prédio se despeja edifício abaixo.

Outras imagens mostram prédios tortos em cidades pelo país. Passageiros do metrô de Taipei também registraram o abalo e os momentos de tensão no transporte.

— Tudo tremeu de maneira violenta. Os quadros na parede, a televisão e o armário de bebidas caíram — declarou um morador da cidade Hualien ao canal local SET TV.

Dois edifícios desabaram na cidade da costa leste de Taiwan, segundo os bombeiros, que temem a presença de moradores nos escombros.

Um armazém também desabou em New Taipei City, ao norte, mas a prefeitura anunciou que 50 pessoas foram retiradas com vida dos escombros.

'O mais forte em 25 anos'

O Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o terremoto desta quarta-feira atingiu 7,4 graus de magnitude e aconteceu pouco antes das 8H00 locais (21H00 de Brasília, terça-feira). A Agência Meteorológica de Taiwan calculou um fenômeno de 7,2 graus, enquanto a Agência Meteorológica do Japão anunciou 7,5.

O epicentro foi localizado 18 quilômetros ao sul de Hualien, com uma profundidade de 34,8 km.

— O terremoto foi próximo da superfície e pouco profundo. Foi sentido em toda Taiwan e nas ilhas (...) foi o mais forte em 25 anos — disse Wu Chien-fu, diretor do Centro Sismológico taiwanês.

Em setembro de 1999, um terremoto de 7,6 graus de magnitude matou quase 2.400 pessoas em Taiwan, no desastre natural com o maior número de vítimas na história do território.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, determinou a coordenação entre as agências locais e centrais. Também anunciou o apoio do Exército aos trabalhos de resgate e ajuda.

As normas rigorosas de construção e a conscientização sobre este tipo de desastre parecem ter evitado uma catástrofe ainda maior em Taiwan, afetada frequentemente por terremotos devido a sua localização entre duas placas tectônicas.

As redes sociais foram inundadas por imagens de diferentes pontos da ilha com edifícios balançando durante o tremor. Alguns prédios ficaram inclinados perigosamente.

Alertas de tsunami

O terremoto foi sentido em todo território de Taiwan e vários tremores secundários foram registrados, incluindo um 6,5 graus de magnitude perto de Hualien, segundo a agência meteorológica da ilha.

Na capital Taipé, a circulação do metrô foi suspensa por quase uma hora, e os moradores receberam a solicitação para verificar eventuais vazamentos de gás.

A fabricante taiwanesa de semicondutores TSMC, a maior do mundo, interrompeu por alguns minutos a produção em algumas unidades.

O tremor foi sentido na outra margem do Estreito de Taiwan, na região de Fujian da China continental, assim como na cidade semiautônoma de Hong Kong.

Também desencadeou alertas de tsunami em Taiwan, nas ilhas do sudoeste do Japão e em várias províncias das Filipinas, que foram suspensos após algumas horas.

No Japão, as autoridades suspenderam temporariamente o tráfego aéreo no aeroporto de Naha, na ilha de Okinawa. Um porta-voz do governo nipônico disse que não foram detectadas vítimas na região. A agência meteorológica japonesa detectou ondas de tsunami de até 30 centímetros em algumas ilhas.


Fonte: O GLOBO