Executiva do partido aprovou aliança com o ex-prefeito Luciano Ducci e desagradou o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu, que vai recorrer
A definição em Curitiba teve 15 votos favoráveis à retirada de nome próprio do PT na Executiva Nacional, contra 7 que defendiam a manutenção de candidatura. E Zeca Dirceu afirmou que irá recorrer:
— Sigo pré-candidato e com orgulho serei o candidato de Lula. Vou recorrer ao Diretório Nacional, a única instância partidária que pode dar palavra final nestas situações.
Prefeito de Curitiba entre 2010 e 2013, Ducci enfrenta resistência em setores do PT por ter sido vice do ex-prefeito Beto Richa (PSDB) e por alguns posicionamentos passados. Em 2016, ele votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No ano seguinte, não compareceu à sessão em que os deputados votaram um pedido de investigação contra Michel Temer (MDB). Após o anúncio, Ducci afirmou estar “muito feliz”.
— Este movimento mostra a confiança em um projeto mais humano para a cidade, acredito que o apoio do PT e do governo federal tem relação com essa busca de uma Curitiba mais social. Agora é hora de começarmos a trabalhar a mobilização da militância e buscarmos o apoio de outros partidos que tenham afinidade com o que pensamos — disse.
Além de Zeca Dirceu, a deputada Carol Dartora e o militante Filipe Mongruel se apresentaram para encabeçar uma chapa própria do partido. No domingo, a deputada divulgou uma carta pública em que declarou os motivos de ter se colocado à disposição. Segundo Dartora, há uma urgência por uma gestão mais representativa na capital paranaense. Em entrevista ao GLOBO, no mês passado, a deputada afirmou que tal objetivo não será alcançado com o apoio a Ducci:
— Ele (Ducci) já foi prefeito de Curitiba e fez um mandato ruim para os eleitores do PT. Precisamos ter uma candidatura representativa para fazer frente à extrema direita e não podemos fazer isso com alguém que já esteve ao lado deles.
A aliança com integrantes da frente ampla do governo federal se repete em outras capitais. Em São Paulo, por exemplo, o PT apoia o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que concorrerá com Marta Suplicy (PT) na vice.
O partido caminha para posição similar em outras cidades. No Rio de Janeiro e Recife, dirigentes sinalizam apoio aos prefeitos Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) e tentam emplacar as vices.
Os acordos também já estão avançados em Salvador, com o vice-governador Geraldo Júnior (MDB); em São Luís, com o deputado Duarte Júnior (PSB); e em Belém, onde o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) irá disputar a reeleição.
Definição em João Pessoa
Também nesta segunda-feira, a Executiva Nacional do PT decidiu sobre os rumos em João Pessoa. Ao contrário de Curitiba, contudo, o PT terá candidato próprio. Antes da decisão, era avaliado apoio à reeleição do prefeito Cícero Lucena (PP). Ainda não há definição de quem irá encabeçar a chapa petista na capital paraibana. Até o momento, são cotados os deputados estaduais Luciano Cartaxo e Cida Ramos.
Fonte: O GLOBO
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