Deputada Tabata Amaral (PSB) fechou nesta semana acordo com Pedro Simões, estrategista digital da gestão de Eduardo Paes no Rio

Porto Velho, Rondônia -
A quatro meses da eleição, os principais pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo têm seu marqueteiro definido para as respectivas campanhas. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) fechou nesta semana com o marqueteiro Pedro Simões, que antes liderava a estratégia digital da gestão de Eduardo Paes (PSD) na Prefeitura do Rio. 

Ele foi diretor de comunicação do RenovaBR e atuou como redator e estrategista em campanhas eleitorais como a de Luiz Fernando Pezão pelo governo do Rio de Janeiro em 2014, e de Pedro Pablo Kuczynski, no Peru, em 2016. Naquele mesmo ano, também atuou nas campanhas de Pedro Paulo (MDB) e Marcelo Freixo (na época, PSOL) na disputa à prefeitura do Rio.

Simões vai somar sua equipe à de Tabata. A deputada estava sem marqueteiro desde abril, quando Pablo Nobel deixou a pré-campanha, alegando falta de pagamento e divergências em relação à estratégia eleitoral. Em nota, Tabata diz que a PLTK, empresa de Nobel, tinha sido contratada só para a primeira fase da pré-campanha e a saída foi de comum acordo, após o término do contrato.

Nobel havia trabalhado nas campanhas do ex-presidente argentino Alberto Fernández, em 2019, e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2022. Mas ele não vinha se entendendo com a deputada. Aliados dizem que "faltou liga entre os dois". O marqueteiro defendia um distanciamento maior e uma postura mais crítica em relação ao governo presidente Lula (PT), mas a deputada, que é aliada do governo e fez campanha para o petista, resistia a essa abordagem.

Agora, o foco da atuação de Simões deve ser na comunicação digital, na tentativa de fortalecer as redes sociais da pré-candidata, que soma 1,4 milhão de seguidores no Instagram, 460 mil no X (antigo Twitter) e 514 mil no Facebook.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) está fechado desde o começo do ano com o marqueteiro do PL e que ajudou na tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro, Duda Lima. Antes, ele estava assessorado por Felipe Soutello, historicamente ligado a candidaturas tucanas e que tinha integrado a equipe de Simone Tebet (MDB) em 2022.

Apesar da ligação de Lima com a campanha de Bolsonaro, Nunes tem partido para a estratégia de tentar se posicionar longe dos extremos. O prefeito conta com o apoio explícito do ex-presidente, mas evita publicar fotos com o aliado nas redes sociais e nega se definir como "bolsonarista".

Em entrevista ao GLOBO, publicada no mês passado, Nunes se declarou um político "de centro". O equilíbrio entre a posição pública e os acenos velados ao bolsonarismo — o prefeito compareceu à Marcha para Jesus na última semana, mas faltou à Parada LGBTQIA+ dias depois, por exemplo — rendem críticas de aliados de Bolsonaro que gostariam de ver uma guinada à direita.

Guilherme Boulos, deputado federal pelo PSOL, por sua vez, contratou o ex-marqueteiro de João Doria para sua pré-campanha, Lula Guimarães. O parlamentar vem lançando mão da estratégia de nacionalizar o debate em São Paulo, ao colar tanto sua imagem à do presidente Lula quanto associar Nunes a Bolsonaro — que tem alta rejeição na cidade.

Boulos também vem exercendo as críticas mais contundentes e constantes à atual gestão municipal. Ele foi processado pelo prefeito no mês passado ao dizer que ele tem "esquemas" na prefeitura.

Diferente de Tabata, que também se define como "de centro", Boulos se declara publicamente na esquerda do espectro ideológico e aposta na experiência e popularidade da vice, Marta Suplicy (PT), para conquistar o voto da periferia, onde Nunes também é competitivo.


Fonte: O GLOBO