Ricardo Nunes (à esquerda) e Boulos não têm presença garantida em debate da TV Gazeta — Foto: Montagem sobre fotos de arquivo
Porto Velho, Rondônia - Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, do PSOL, e Ricardo Nunes, do MDB, ainda não confirmaram a ida ao debate de domingo (1º de setembro) da TV Gazeta e do canal My News, apesar de os grupos de mídia terem acatado todas as demandas por regras mais rígidas. Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB) foram os únicos candidatos a confirmar presença.
Após faltarem ao último debate, Boulos e Nunes dizem que só irão a novos encontros caso haja regras rígidas. Essa demanda foi acolhida pelos organizadores do debate de 1º de setembro.
A reportagem da CBN apurou que candidatos que descumprirem as regras do debate serão expulsos. Haverá um "comitê", com os diretores do programa e uma equipe jurídica para monitorar infrações.
O evento não terá plateia. Cada participante poderá levar cerca de cinco assessores. Mas, fora isso, não será permitido convidados.
Os candidatos não vão poder sair do púlpito. E nem eles nem os assessores poderão transmitir o debate pelas redes. Xingamentos com palavrões, como ocorreu nos primeiros debates, poderão levá-los à expulsão.
A TV Gazeta afirmou, por nota que "as regras contemplam todas as demandas de todos os partidos". A emissora ainda garantiu “compromisso para que cada candidato seja honrado, com a exigência de posturas respeitosas”. Houve reuniões entre as campanhas e a emissora para alinhar as regras.
Mesmo assim, Guilherme Boulos ainda não definiu a participação e cobrou a organização do programa:
— Se o debate da Gazeta tiver regras claras, que não sejam frouxas, que não permitam descambar para a baixaria e se manter no debate, estarei lá, como em todos os outros. O candidato que descumprir uma regra do debate tem que ter uma penalidade, não dá para ele ficar no debate, como aconteceu outras vezes. Teve descumprimento absurdo pelo candidato Paulo Marçal.
O candidato à reeleição, Ricardo Nunes também segue o mesmo discurso:
— Eu irei em todos os debates. Eu só não quero ir no local onde não se cumpram regras ou que a gente não faça debate, que a gente faça ali um palco para alguém fazer forte ataque aos candidatos. Eu não vou faltar de nenhum, se a Gazeta garantir que a gente vai ter um debate propositivo para colocar as ideias, eu quero discutir, por exemplo, concessões com os candidatos. A gente precisa ter uma situação de discutir a cidade, de não ter os ataques, e o candidato possa responder.
As cobranças de Nunes e Boulos, e a possível desistência deles no debate, é uma resposta à postura de Pablo Marçal, do PRTB, nos confrontos. Nos debates anteriores, Marçal mirou os ataques nos dois adversários. O candidato lembrou o episódio em que usou uma carteira de trabalho e negou ter receio de ser expulso dos próximos encontros:
— Além da carteira de trabalho que eu tirei por causa do fanfarrão, que veio me chamar de padre, não desrespeitei nenhuma regra no debate. Eu uso o tempo certinho. Os pedidos que eu fiz, de direito de resposta, ninguém me deu. Isso é o descontrole de quem não dá conta de debater com homem.
Assessores de Marçal gravaram trechos do debate do Estadão para publicar nas redes sociais. A campanha dele também infringiu o limite de assessores que aconselhou o candidato nos intervalos.
Por enquanto, apenas Marçal, e a candidata do PSB, Tabata Amaral, confirmaram presença no debate da Gazeta.
Tabata cobrou a participação dos rivais:
— A gente está vendo um acovardamento muito grande dos meus adversários, que estão deixando de ir nos debates, em desrespeito a imprensa e à população, porque tem medo. Hoje eu sou a única pessoa que está desmascarando o Pablo Marçal, que está mostrando quem ele é. Não tenho o menor problema de fazer isso sozinha. Mas, a verdade é: Marçal representa um risco muito grande para a cidade de São Paulo.
Em um aceno a uma dobradinha com Tabata, o candidato do PSDB, José Luiz Datena, declarou que quer ir, mas disse aguardar a orientação do partido:
— Se ela [Tabata] vai debater com o Pablo Marçal, a minha opinião (eu não mando na campanha, mas a minha opinião) é que eu deveria ir para estar ao lado dela, enfrentando o Pablo Marçal, que se julga dono do mundo.
As campanhas tem até quinta para definir a participação do debate da TV Gazeta.
*Da Rádio CBN. Com colaboração de Klauson Dutra, Daniel Reis e Gabriela Rangel
Fonte: O GLOBO
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