Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em São Paulo — Foto: Divulgação/Campanha Ricardo Nunes
Porto Velho, Rondônia - A crise entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição em São Paulo, e o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que tenta se reeleger para a Câmara Municipal por um partido da coligação do prefeito, mas declarou apoio a Pablo Marçal (PRTB), ganhou novo capítulo na segunda-feira. Ricardo Nunes demitiu o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe, por causa da traição de Rubinho. A subprefeitura será comandada por Ana Carolina Nunes Lafemina, atual secretária-adjunta da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSub).
— Eu demiti porque havia uma indicação dele (Rubinho) e é natural, uma vez que está configurada ali a questão do perfil dele, de um traidor, de uma pessoa que não tem caráter. Nada contra o subprefeito em si, mas como foi uma sugestão dele (Rubinho), é natural que eu exonere para colocar alguém que eu tenha uma proximidade maior — disse Nunes durante agenda de campanha na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da cidade.
Na segunda-feira, Rubinho compareceu ao “adesivaço” de Marçal em frente ao portão 7 do Parque Ibirapuera, trajando o boné do “M”. Não foi bem recebido, porém, por todos os presentes. O vereador bateu boca com um youtuber que o acusava de oportunismo, trocando o prefeito pelo ex-coach para surfar no “hype” da sua campanha. Rubinho chegou a empurrar o homem e chamá-lo de “esquerdista”.
Rubinho é um dos exemplos de candidatos ao Legislativo municipal que deixaram Nunes ao apoiarem Marçal abertamente. Outros foram Daniel José (Podemos), Joice Hasselmann (Podemos) e Claudia Baronesa (Republicanos) — que na última sexta participou de carreata com o ex-coach.
Há ainda candidatos que têm “escondido” Nunes de seus panfletos e redes sociais, e alguns partidos da coligação, como o União, o PL e o Podemos, já se manifestaram anunciando cortes de recursos financeiros e de tempo de TV e rádio para quem não se comprometer com a candidatura de Nunes.
Pessoas ligadas ao União Brasil criticam a estratégia de comunicação adotada pela campanha de Nunes. Uma voz importante no partido citou pesquisas encomendadas pelo União para fazer o diagnóstico de que Nunes “já não segura mais” Marçal. Essa fonte avalia que os próximos dez dias serão decisivos para a disputa.
Se o emedebista não reagir nas pesquisas, aumenta o risco de que mais vereadores aliados sigam o caminho de Rubinho. Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara, Milton Leite, que é o presidente do União Brasil paulistano e importante liderança no meio político da cidade, é aliado de longa data de Nunes.
Apoio de Leite
Na semana passada, Nunes e Leite estiveram juntos em agenda na Zona Sul. O vereador agiu rapidamente para punir Rubinho assim que o vereador anunciou o apoio a Marçal, cortando seus repasses financeiros e seu tempo de TV e rádio. “Outras medidas serão analisadas ao longo da campanha, inclusive uma possível expulsão”, disse Milton Leite, em nota.
Leite também trocou sua foto de perfil no WhatsApp horas após o anúncio de Rubinho, passando a usar uma em que aparece ao lado de Ricardo Nunes. Ao GLOBO, Nunes disse que tem conversado com Milton Leite com frequência.
— Ele tem participado bastante (da campanha), em duas caminhadas que eu não pude ir, ele me representou. O Rubinho, a gente já esperava. É um cara cuja trajetória tá bem longe da minha, queria fazer aquela loucura de multar em R$ 17 mil quem doava comida — disse o prefeito, se referindo ao projeto de lei em que o vereador pedia multa a quem doasse comida para a população em situação de rua.
Fonte: O GLOBO
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