População ocupada renova recorde e chega a 102 milhões. Renda sobe a R$ 3.228, 5,1% mais que em igual período de 2023

Carteira de trabalho digital — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Porto Velho, Rondônia - A taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre móvel encerrado em agosto. Essa foi a menor taxa para o período na série histórica, iniciada em 2012. A população ocupada atingiu novo pico e chegou a 102,5 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira.
  • A taxa de desemprego do trimestre encerrado em maio, que serve de comparação, estava em 7,1%
  • A população desocupada caiu para 7,3 milhões, o menor número desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015
  • O rendimento médio ficou estável no trimestre em R$ 3.228, mas registra alta de 5,1% no ano
O resultado segue o movimento de mercado de trabalho aquecido que vem sendo observado nos últimos meses. Desde o trimestre encerrado em junho já se fala em uma taxa próxima ao pleno emprego, como economistas definem o momento em que a oferta de trabalho está apertada, quase em equilíbrio com a demanda por mão de obra.

Comércio puxa alta nas vagas

As altas taxas de ocupação foram espalhadas pelas atividades econômicas, mas o setor do comércio teve destaque, com alta de 1,9% no trimestre. Em números absolutos, foram mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor conta, no total, com 19,5 milhões de trabalhadores, o maior resultado na série histórica da pesquisa.

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, o baixo desemprego é resultado da expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, o que faz com que a taxa de desocupação chegue a valores próximos aos de 2013, quando o indicador estava em seu menor patamar.

— Essa redução é fruto de um efeito acumulado de aumento da população ocupada a que a gente vem assistindo há vários trimestres. Embora o comércio tenha sido um grande destaque, nenhuma atividade econômica recusou trabalhador. Elas estão, em sua maioria, retendo os trabalhadores. Então, o conjunto continua aquecido e faz com que, em termos de contingente, a gente chegue a recordes de ocupação — explica.

Recorde no setor público e no privado

O número de empregados do setor privado também bateu recorde na série, chegando a 52,9 milhões. No trimestre, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. E mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados tanto com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões) como também sem carteira (13,2 milhões).

No setor público, o número de pessoas empregadas também teve recorde, chegando a 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre. Porém, esses resultados são puxados pela alta dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre. O grupo dos militares e servidores públicos, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável.

Já a renda média das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, valor que representa estabilidade em comparação com o trimestre móvel anterior, mas na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 5,1%.

A massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.

Pnad x Caged

A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações do trimestre. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.

Outra pesquisa, também divulgada nesta sexta-feira, é a do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esta só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério. Os dados são mensais.

De acordo com o Caged, foram abertos 232 mil postos de trabalho em agosto.


Fonte: O GLOBO