Durante entrevista ao SP1, da TV Globo, prefeito minimizou o número de 350 mil pessoas que esperam para fazer um exame na capital

Ricardo Nunes (MDB) durante entrevista ao SP1 — Foto: Bob Paulino/TV Globo

Porto Velho, Rondônia - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, minimizou o problema da espera para marcar um exames na cidade. Segundo os dados mais recentes da Secretaria Municipal de Saúde, em julho havia 350 mil pessoas na fila. O prefeito afirmou durante entrevista ao SP1, entretanto, a cidade realiza 500 mil exames por mês e que a fila “é normal”.

— O orçamento da saúde era de R$ 10 bilhões, esse ano eu farei R$ 21 bilhões. Tínhamos 20 hospitais, hoje temos 30 hospitais, por exemplo o Centro de Oncologia Hospital Bruno Covas, que cuida das pessoas com câncer com tudo o que tem no (Hospital Israelita Albert) Einstein, porque eu fiz um convênio com o Einstein para poder cuidar da questão do câncer no nosso hospital. O que a gente tem de realidade nas filas? A gente tem uma fila, vou colocar até mais do que tem, de 400 mil, eu faço 500 mil exames por mês (...) Essa fila na verdade é o normal do dia a dia — disse.

Nunes comparou dados da saúde da gestão Fernando Haddad (PT), dizendo que no melhor ano da gestão do petista, foram realizados 3,5 milhões de exames eletivos, enquanto no ano passado foram feitos 6,5 milhões. O prefeito ainda destacou que entregou 19 novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e que todas elas estão sendo entregues com laboratórios, para que os exames sejam feitos no próprio local. Outro dado trazido pelo emedebista foi o aumento de 1 milhão no número de pessoas que usam o sistema público de saúde no município.

— Nós temos 500 mil exames por mês, é lógico que isso vai ficar gerando (fila). Com exceção de alguns exames, por exemplo, tem um que faz para detectar a questão do ronco, que estamos com dificuldade de contratar. Com relação a colonoscopia, realmente a gente está demorando mais do que 30 dias, mas no geral, afirmo aqui, tivemos a redução, botamos essa fila para andar e essa fila está andando — acrescentou.

Mortes no trânsito

Indagado sobre os motivos que levaram ao aumento no número de mortes no trânsito em São Paulo — o maior patamar desde 2015 — o prefeito propôs como soluções a faixa azul exclusiva para motos, o recapeamento de vias e a adoção de semáforos inteligentes, enquanto rechaçou aumentar radares.

— A gente já vem fazendo, evidentemente essa cidade tem 7 milhões de carros. E a Faixa Azul foi um grande trabalho que a gente desenvolveu. Andar na faixa azul é 20 vezes mais seguro que não andar na faixa azul — disse.

Reportagem do GLOBO publicada em junho revelou, entretanto, que a pista exclusiva para motociclistas em avenidas movimentadas da cidade, iniciada em 2022, ainda não tem dados que comprovem sua eficácia. Uma análise feita com base nos dados do Infosiga (um sistema do Detran-SP) mostrou que a nova faixa ainda não diminuiu o número de acidentes em quase nenhuma das oito vias analisadas — a exceção é a Avenida Faria Lima.

Em relação ao decreto de abril que vetou a implementação de novos radares na cidade, Nunes afirmou que “não é fazer indústria da multa que vai reduzir a questão dos acidentes na cidade”.

— Os radares são importantes. Qual foi a minha decisão? Foi de que o radar sendo necessário, com estudo técnico, obviamente é o que está no meu decreto. Tem que ter o estudo técnico. Indústria da multa na minha gestão não vai ter. Tanto é que a gente teve nos anos anteriores R$ 1,7 milhão de arrecadação (com multas), agora caiu para R$ 1 milhão. a A gente quer fazer a conscientização, melhorar o sistema semafórico, melhorar o asfalto, a sinalização da cidade, trabalhar com a conscientização das pessoas. Eu trouxe mais de 200 novos profissionais na CET — declarou.


Fonte: O GLOBO