Bolsa de Hong Kong sobe 4% e papéis de construtoras têm alta de até 15%. Preço do petróleo recua com força com sinais de que Arábia Saudita não mais vai perseguir meta de US$ 100 por barril

Mulher passa em frente a um painel com as cotações da Bolsa na China — Foto: Bloomberg

Porto Velho, Rondônia - As Bolsas de Valores da Ásia fecharam em forte alta nesta quinta-feira após o Politburo chinês – a mais alta instância do Partido Comunista da China – ter afirmado que fará o “estímulo fiscal necessário” para garantir que o PIB do país cresça na meta definida pelo governo para este ano, que é de 5%.

A chancela do PC chinês às medidas de estímulo veio apenas dois dias depois de o BC local ter reduzido taxas de juros e facilitado a compra de imóveis no maior pacote de incentivos à economia desde a pandemia da Covid.

Agora, analistas esperam novas medidas de estímulo. A agência de notícias Bloomberg informou, citando interlocutores próximos do governo, que Pequim estuda aportar 1 trilhão de yuans (US$ 142,39 bilhões) em injeção de capital nos maiores bancos estatais do país.

A mudança de postura do governo chinês, na direção de mais estímulos à economia, fez as Bolsas da Ásia fecharem em forte alta. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 4,16%. A Bolsa de Xangai subiu 3,61% e o principal índice do mercado acionário japonês teve alta de 2,79%. Ações de empresas chinesas do setor de construção civil chegaram a subir até 15%.

Analistas avaliam que o pacote de estímulos anunciado esta semana, e que teve o endosso do Politburo, representa uma mudança estratégica de Pequim em prol de uma ação mais orquestrada, após a adoção de políticas ocasionais e fragmentadas ter surtido pouco efeito na economia.

Ao mesmo tempo, a informação de que a Arábia Saudita não mais vai perseguir sua meta de calibrar suas exportações de petróleo para manter o preço do barril acima de US$ 100 no mercado internacional fez com que as cotações do produto recuassem com força no mercado internacional. O barril do tipo Brent chegou a cair mais de 2%.

Crescimento econômico da China superou as expectativas no primeiro trimestre, impulsionado pelo avanço do setor industrial, embora uma desaceleração nas atividades de março tenha sinalizado que mais apoio pode ser necessário para sustentar esse impulso — Foto: Raul Ariano/Bloomberg

Segundo reportagem do Financial Times, A Arábia Saudita está se preparando para abandonar sua meta não oficial de US$ 100 por barril de petróleo e vai aumentar a produção para reconquistar uma fatia maior do mercado, mesmo que isso signifique preços mais baixos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que na prática é liderada pelos sauditas, tem reduzido a produção de petróleo para sustentar os preços.

No entanto, a cotação do petróleo já recuou quase 5% este ano, em meio ao aumento da oferta de outros produtores, especialmente dos Estados Unidos, e também diante do fraco crescimento da demanda na China.

O Financial Times, citando pessoas familiarizadas com o governo saudita, informou que Riad está comprometido com o aumento de produção na Opep, conforme planejado para 1º de dezembro, mesmo que isso signifique um período mais longo de preços baixos do petróleo.


Fonte: O GLOBO