O monitoramento é do Farol Verde, uma iniciativa do Instituto Democracia e Sustentabilidade que mapeia a postura dos parlamentares na agenda socioambiental
Incêndio no Pantanal. Foto Mayke Toscano/Secom-MT
Porto Velho, RO - Dez deputados e quatro senadores que concorrem nas eleições municipais deste ano receberam nota zero do Farol Verde, uma iniciativa do Instituto Democracia e Sustentabilidade que mapeia a postura dos parlamentares brasileiros em relação às pautas socioambientais.
A classificação se baseia no Índice de Convergência Ambiental total, o ICAt, calculado a partir da análise das votações nominais no Congresso Nacional. Os pesquisadores selecionaram 78 propostas consideradas positivas para o meio ambiente, 30 propostas de perfil negativo – extraídas do chamado “Pacote da Destruição” -, uma medida provisória e dois vetos.
Entre os deputados com nota zero de convergência ambiental estão o bolsonarista Abílio Brunini (PL), que disputa a prefeitura de Cuiabá (MT); o pedestista Délio Pinheiro, candidato em Montes Claros (MG); e Dr. Flávio Remy, postulante em Presidente Dutra, no Maranhão, pelo PP.
Completam a lista:
Nitinho Vitale (PSD), que tenta a reeleição na Câmara de Vereadores de Aracaju (SE);
o pepista Luiz Antônio Corrêa, candidato ao Legislativo de Valença, no Rio de Janeiro;
Ulisses Guimarães (MDB), que disputa a prefeitura de Poços de Caldas (MG);
Ricardo Guidi, nome do PL na corrida pela prefeitura de Criciúma (SC);
Paulo Marinho Jr, candidato do PL à prefeitura de Caxias (MA);
Raniery Paulino, postulante do Republicanos a prefeito de Guarabira (PB); e
Flavinha, representante do MDB na briga pela prefeitura de Colíder (MT).
Dois parlamentares se destacaram e atingiram 100% de convergência com as pautas socioambientais, segundo o estudo: Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), ambos candidatos à prefeitura de São Paulo.
Nenhum dos quatro senadores candidatos pontuou no índice de convergência ambiental: Carlos Viana (Podemos), que disputa a prefeitura de Belo Horizonte (MG); Eduardo Girão (Podemos), candidato a prefeito em Fortaleza (CE); Rodrigo Cunha (União), vice na chapa encabeçada pelo prefeito JHC em Maceió (AL); e Vanderlan Cardoso (PSD), em Goiânia.
Diz o estudo: “No ano em que o País sofre com as mais intensas tragédias climáticas de sua história, fica sinalizado de maneira objetiva o risco de eleição de prefeitos que apresentam grave probabilidade de retrocessos ambientais em algumas das maiores cidades brasileiras, que deveriam estar integralmente dedicadas a planejar a adaptação urbana às novas realidades”.
A convergência ambiental na Câmara e no Senado está abaixo de 50%, de acordo com o levantamento do IDS. Na avaliação dos pesquisadores, esse cenário indica um baixíssimo comprometimento com as questões socioambientais pautadas no Legislativo e um descolamento da realidade ambiental que o País enfrenta.
Há 361 deputados considerados péssimos no ICAt (62,5% do total), enquanto os que receberam nota acima de 80 são pouco mais de quarenta. Apenas PSOL e PCdoB se destacaram como ótimos no índice de convergência ambiental – ocupam a lanterna do ranking Novo (6,94%), PL (9,36%) e Republicanos (15%).
Fonte: Carta Capital
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